Multimercados são a bola da vez na EmbraerPrev

A EmbraerPrev, EFPC com cerca de R$ 3,4 bilhões de patrimônio, está apostando suas fichas nos multimercados para enfrentar o cenário de juros baixos em 2020. Em fevereiro, a Sul América iniciou a gestão de um fundo do tipo na entidade, se juntando à Mauá, que foi selecionada no ano passado, e ao Santander, que já está na carteira da fundação há um bom tempo, diz Eléu Baccon, diretor superintendente da EmbraerPrev. Segundo o dirigente, mais uma gestora de multimercado será acrescida ao portfólio nos próximos meses, com o processo de seleção em andamento. “Cada gestor tem sua característica própria, seu know-how, e procuramos aproveitar isso através da diversificação do portfólioâ€, diz o superintendente da EmbraerPrev.

Os multimercados do fundo de pensão entram na categoria de renda fixa, e tem um nível de volatilidade inferior aos veículos classificados na classe de estruturados, afirma Baccon. Ele explica que a estratégia da fundação não é sacar recursos de outras classes para alocar nos novos fundos, mas sim se utilizar dos aportes dos participantes e dos vencimentos dos títulos em carteira. Em 2019, a entidade teve um fluxo de entrada de aproximadamente R$ 140 milhões, impulsionado por contribuições extraordinárias de cerca de R$ 20,2 milhões no período.

Como a EmbraerPrev oferece os perfis de investimento aos seus participantes, a flexibilidade para gerir os ativos no mercado é limitada pelo viés majoritariamente conservador da base de segurados. “Para 2020, dada a Selic na mínima de 4,25%, tivemos a migração de aproximadamente mil participantes para o perfil mais arrojadoâ€, diz o superintendente. “Ainda assim, é pouco se compararmos com o número total que chega a quase 20,5 mil beneficiáriosâ€.

Além dos multimercados, a EFPC também tem aumentado sua alocação em um fundo de fundos imobiliário gerido pela Capitânia, que está com cerca de R$ 130 milhões distribuidos em quase 30 cotas de fundos. No ano passado, o veículo teve um rendimento de 35%, superando com folga os 28% do Ifix, o benchmark do segmento na B3.

Baccon diz ainda que os investimentos no exterior são uma possibilidade no radar, mas não para o curto prazo. “Vamos estudar bastante a respeito do tema antes de iniciar esse tipo de investimentoâ€, afirma o dirigente. Já a carteira de renda variável fica à cargo da Franklin Templeton, que anunciou nesta terça-feira (18) a aquisição da Legg Mason, controladora da Western Asset, por US$ 4,5 bilhões. Segundo o dirigente, não há no momento a intenção de promover alterações na alocação em ações. “Somos bastante diligentes no processo de escolha dos nossos gestores, mas após a seleção não temos o costume de fazer alterações em um curto espaço de tempoâ€, diz Baccon. “Acreditamos em parcerias de longo prazo, até porque os gestores precisam de um certo tempo, embora nossa cobrança por resultados seja constanteâ€, acrescenta.