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Mercer prevê maior demanda dos participantes por empréstimos

Eduardo Marchiori2A procura dos participantes dos fundos de pensão por empréstimos vai crescer muito nas próximas semanas. A previsão é do presidente da Mercer Brasil, Eduardo Marchiori. “Ninguém está sozinho: um beneficiário pode estar empregado e recebendo normalmente o seu salário, mas pode precisar do dinheiro para apoiar sua esposa, que perdeu o emprego; sua filha, que era autônoma; ou seu irmão, que tinha um pequeno comércio que quebrou”, lembra.
Para ele, os dirigentes precisam administrar com prioridade as questões humanas, enquanto realizam testes de estresse das carteiras, revisão das suas posições no mercado de investimentos e das suas políticas de ALM (gestão da relação entre ativos e passivos). “Em tempos de Covid-19, é preciso, em primeiro lugar, cuidar das pessoas”, diz.
Quando se trata de planos de previdência fechada, essas questões passam necessariamente pelo RH das patrocinadoras, que precisa ser também orientado sobre as melhores maneiras de se comunicar com os funcionários nessa crise, alerta Marchiori. A Mercer criou comitês dedicados e vem realizando periodicamente videoconferências pela internet, dividindo insights sobre alguns desses temas com seus clientes de previdência e seguros.
“O RH é uma área vital nessas horas, pois monitora pessoas, que são as mais impactadas pela Covid-19 – não apenas em sua saúde física como também, mental”, acrescenta o presidente. “As empresas começam a perceber como é importante estar preparado e ter processos nesse momento”. Marchiori se refere tanto a coisas muito básicas, como ter um cadastro atualizado de todos os colaboradores, quanto a um bom controle dos benefícios oferecidos – além de, claro, ter um plano para garantir a continuidade dos negócios.
Segundo pesquisas conduzidas pela consultoria recentemente, somente 34% das empresas ouvidas tinha políticas formais para permitir o exercício do trabalho em casa (home office) ou jornada flexível, ainda que 78% oferecesse alguma facilidade. Some-se a isso o fato de que ainda hoje muitas pessoas também não sabem como (ou não gostam, ou não tem como) trabalhar em home office. “A pandemia está mudando muita coisa nas empresas – algumas áreas que tinham restrição ao home office já superaram, aprenderam a trabalhar de longe e tabus foram vencidos. Mas a pesquisa também mostra que 22% das empresas teve problemas de infraestrutura para apoiar seus funcionários a se adaptar ao home office”.
Marchiori lembra que embora a maioria das companhias esteja sofrendo com a paralisação das atividades, outras, ao contrário, veem a demanda em alta e precisarão contratar mais gente. “Seguradoras, por exemplo, precisarão analisar uma avalanche de processos de sinistros. Estamos ajudando a remodelar os processos seletivos, com novas tecnologias”.
E recomenda a seus clientes continuarem monitorando a saúde física e mental das equipes o tempo todo, considerarem apoio financeiro e transmitirem tranquilidade. “Afinal, toda crise vem e passa. A questão crucial, agora, é em quanto tempo”.