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Fundação Promon começa a desenhar seus perfis de investimentos

André Natali Schonert Promon1A Fundação Promon está iniciando estudos para implantação de um modelo de perfil de investimentos para os participantes do seu plano de Contribuição Definida (CD). A fundação contratou a consultoria PPS e já realizou uma primeira reunião com a prestadora para tentar dar os primeiros contornos ao modelo. Segundo o diretor de investimentos da entidade, André Natali, “muito provavelmente será um modelo híbrido, com um pouco do modelo tradicional e um pouco de ciclo de vida”.
A definição do modelo deve ocorrer nos próximos dois meses e, a partir dai, o projeto entrará na fase das adaptações operacionais que incluem mudanças nas áreas de contabilidade, arrecadação e folha de pagamentos. “Acho que em uns 6 meses vamos estar operacionais”, resume Natali.
O plano CD da Fundação Promon, que completou 15 anos em 2020, é um pouco diferente dos CDs tradicionais. Ele surgiu da migração de participantes do plano de Benefício Definido (BD), que foi saldado, e além de participantes ativos recebeu na época também muitos assistidos em busca da liberdade de escolher os beneficiários, algo que que não é dado pelo BD. No BD, o beneficiário é sempre o cônjuge e filhos até certa idade.
Esses assistidos que migraram, que em geral não precisavam da renda do plano para viver na aposentadoria e tinham como objetivo da migração apenas deixar os recursos aos filhos como uma herança, possuem um perfil de risco diferente do assistido tradicional, que é mais conservador porque depende da renda para viver. Uma vez dentro do CD, esses assistidos menos conservadores tendem a assumir mais risco nas aplicações que seus pares. Isso dá ao CD da Fundação Promon características bastante ímpares.
“Hoje aplicamos os recursos do CD de forma moderada, mas sentimos que não atendemos plenamente as expectativas nem dos mais jovens e nem desses assistidos menos conservadores”, diz Natali. “Com a queda da Selic nos últimos dois ou três anos, os mais jovens e essa parte dos nossos assistidos poderiam tomar um pouco mais de risco”.
O CD da Fundação Promon representa cerca de 45% das reservas, cujo total soma R$ 1,8 bilhão. É um CD de pouco mais de R$ 800 milhões, com as características particulares acima descritas. “Quando as taxas de juros eram elevadas, todo mundo estava confortável na sua política de investimentos moderada, mas de dois ou três anos para cá, com a queda dos juros e precisando correr mais risco para obter bons retornos, a coisa ficou mais complicada”, diz Natali. “Queremos dar a quem tem mais apetite por risco a liberdade de assumir esse risco”.
Segundo o executivo, a implantação dos perfis de investimento da fundação deve assumir um modelo intermediário, entre o tradicional e o ciclo de vida. “A nossa opção será por um desenho híbrido”, diz o diretor de investimento. “Mas, em última instância, a decisão de ir para um ou outro dos perfis disponíveis será sempre uma escolha do participante”.