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Deterioração dos cenários afeta retorno de investimentos no ano

torres transmissãoA Eletros, fundo de pensão dos empregados da Eletrobras, avalia que o segundo semestre de 2021 trouxe uma deterioração dos cenários internos, tanto em relação às expectativas das variáveis macroeconômicas quanto em relação aos aspectos políticos. De acordo com artigo assinado pelo diretor financeiro da fundação, Max Tavares, essa piora está afetando negativamente as perspectivas de retorno dos investimentos.
Tavares aponta no artigo que os embates políticos ocorridos nos últimos meses, antecipando o debate eleitoral, trazem impactos para a política fiscal e para as expectativas macroeconômicas e tornam o cenário instável institucionalmente. Além de promoverem uma situação de afastamento entre os poderes, dificultam a aprovação de pautas econômicas importantes como as reformas administrativa e tributária, privatizações, reformas regulatórias e concessões, dentre outras.
Segundo o diretor da Eletros, essas questões políticas provocam um aumento da percepção de risco e influenciam negativamente nos mercados. Isso fica claro na alta persistente da inflação e na proximidade cada vez maior do risco de racionamento de energia elétrica. Esse aumento da percepção de riscos tem pressionado a curva de juros e impactado de forma negativa os mercados de investimentos, principalmente o de renda variável e o de títulos públicos (NTN-Bs), ambos presentes nas carteiras dos planos.
“Ainda que este momento de maior incerteza nos dê pouca previsibilidade de como se comportarão os investimentos no curto prazo, se considerarmos um período mais dilatado, de pouco mais de cinco anos, nossas rentabilidades acumuladas são positivas”, diz Tavares. De 2016 até agosto de 2021, enquanto a taxa de referência dos planos foi de 75,3%, a rentabilidade do BD Eletrobrás foi de 119,5% e a média dos planos CDs e CVs foi de 80,4%.
Entretanto, daqui para a frente, sem perspectivas claras de melhora no ambiente interno “é baixa a probabilidade de os planos atingirem suas metas no ano”, afirma Tavares em seu artigo.
Porém, apesar das carteiras de investimentos tem sido afetadas por esse cenário mais adverso no curto prazo, acabam surgindo oportunidades no longo prazo. Segundo o diretor da fundação, “estamos aproveitando o momento de maior volatilidade para alocar nos planos mais títulos de longo prazo, com taxas acima da taxa de referência”. Em termos reais, isso quer dizer que enquanto as taxas de referências dos planos são 4,50% a.a. os títulos longos estão sendo negociados em torno de 4,90% a.a.