Apesar de queda na arrecadação, Brasilprev está otimista com 2019

A Brasilprev encerrou outubro de 2018 com R$ 254 bilhões em patrimônio e uma arrecadação de R$ 27 bilhões em seus planos, números que tiveram, respectivamente, aumento de 10% e queda de 19% em relação ao ano anterior. O aumento do patrimônio ocorreu de maneira menos acelerada em relação aos anos anteriores, muito devido ao ano conturbado de 2018, explica o presidente da Brasilprev, Marco Barros, em encontro com jornalistas realizado na última quarta-feira, 12 de dezembro, em São paulo. “Este ano foi extremamente complexo, com Copa do Mundo, greve dos caminhoneiros, que alterou o cenário econômico do país, além do processo eleitoral e suas incertezas, o que trouxe volatilidade ao mercado”, disse Barros.

Já para 2019, a perspectiva é que o crescimento seja retomado. “Devemos voltar a ter um crescimento semelhante ao de outros anos. Com a expectativa da reforma da previdência ser aprovada já no primeiro semestre, o setor está otimista”, destacou o presidente da Brasilprev. Ele disse ainda que independente do texto que for aprovado, é essencial que a reforma seja colocada em pauta o quanto antes, pois a questão fiscal do país precisa ser equacionada.

Questionado sobre a possibilidade do novo governo de Jair Bolsonaro e sua equipe econômica unificar os órgãos de fiscalização da previdência aberta e fechada, Susep e Previc, Marco Barros diz que as discussões ainda são muito iniciais e que não há previsão de como isso pode ocorrer. “Estamos acompanhando, mas sem grandes perspectivas sobre o tema”, ressaltou.

Planos empresariais - Presente na ocasião, o superintendente de produtos da Brasilprev,  Sandro Bonfim, disse que o ano de 2018 também não foi muito positivo para os planos empresariais, que ainda representam somente 20% dos planos da Brasilprev. “Além das empresas de lucro real não terem incentivo fiscal para contratarem esse tipo de plano, muitas das que possuíam planos com a gente acabaram interrompendo o contrato por conta dos custos em um ano complicado. Mas com a retomada da economia em 2019, esperamos que essas empresas voltem com seus contratos”, destacou Bonfim. Ele disse ainda que há um projeto de lei arquivado que visa dar incentivo fiscal às empresas de lucro presumido para contratarem esse tipo de plano, e a expectativa é poder retomar as discussões desse projeto o quanto antes. O crescimento desses planos em outubro deste ano foi de apenas 3% em comparação com 2017.

Empréstimos e parcerias - Sandro Bonfim destacou que a expectativa para o próximo ano é que alguns assuntos importantes para o sistema de previdência aberta sejam encaminhados, entre eles a possibilidade de oferecer empréstimos aos participantes. “Hoje, as entidades abertas não podem oferecer esse tipo de serviço, pois para entregar empréstimo, a seguradora tem que se utilizar de seu próprio capital. Teria que haver um ajuste para permitir o empréstimo como forma de investimento da própria carteira, assim como ocorre com os fundos de pensão”, disse Bonfim.

Em termos de investimentos, a Brasilprev não descarta a possibilidade de fazer parcerias com outros gestões para complementar a grade de produtos oferecida. Porém, essa é uma discussão ainda muito inicial, de acordo com o superintendente de investimentos, Flavio Manzoni. “Para fazer parceria com gestor independente, deve haver cautela. Não é fácil sem antes conhecer bem quem está do outro lado. Não vamos nos atrever a qualquer gestor”, ressaltou.