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Bruno Amadei deixa a gestora Integral Investimentos após 18 anos

Bruno AmadeiApós 18 à frente da Integral Investimentos, Bruno Amadei deixou a sociedade e o cargo de CEO. Em outubro do ano passado ele comunicou a decisão aos seus sócios, Carlos Fagundes, Antonio Hermann e Vitor Bidetti, e desde então vinha negociando os termos do seu desligamento. “Foram quase quatro meses de negociações, obviamente sair de uma empresa que você ajudou a criar do nada há 18 anos não é algo trivial”, disse à Investidor Institucional. “Os termos da negociação tinham que ser bem discutidos”.
Ele assinou termos de “non compete”, comprometendo-se a não concorrer com os ex-sócios nas atividades da Integral, que envolvem principalmente a gestão de fundos de direitos creditórios (FIDCs). Porém, segundo palavras dele mesmo, “devo seguir em uma atividade semelhante, mas num novo formato”.
De acordo com Amadei, já nos primeiros dias do seu desligamento, que formalmente aconteceu na segunda-feira passada (8/02), recebeu telefonemas de bancos para sondar a sua disposição de assumir alguma função executiva. “Não é essa a minha perspectiva, não vou virar funcionário de ninguém aos 59 anos de idade, a essa altura da vida não quero ter patrão mas sim continuar empreendendo”, diz. “Talvez me juntar a alguém numa gestora que já esteja rodando ou até, quem sabe, montar uma nova gestora”.
A Integral Investimentos tinha, ao final do ano passado, R$ 8,87 bilhões sob gestão, mais de 95% vindos de FIDCs. A empresa faz parte da Integral Group, que também possui a Integral Brei, que atua na área de fundos imobiliários, uma consultoria e uma DTVM.
A origem da Integral Investimentos remonta a 1999, quando Fagundes e Hermann criaram a Integral Trust, uma consultoria na área de gerenciamento de riscos e securitização de FIDCs, à qual Amadei se juntou em 2003. Em 2005 a Integral Trust fez uma parceria com a gestora Capitânea da qual nasceu um braço chamado Integral Capitânea, que seria a primeira gestora especializada em FIDCs no País. Em três anos essa parceria terminou e a Integral seguiu sozinha, adotando o nome de Integral Investimentos, sob o comando de Amadei. A Integral Trust continuou existindo, sob o comando de Fagundes.
O terceiro sócio, Vitor Bidetti, entrou no grupo em 2015, quando a Integral Trust comprou participação na gestora que ele havia montado para fazer a gestão de fundos imobiliários, a Brazilian Real Estate Investments (Brei). Ele havia vindo da Brazilian Mortgages, pioneira no mercado de fundos imobiliários, da qual havia sido diretor antes de ela ser vendida em 2011 ao banco Pan, controlado pelo BTG Pactual.
“Os meus três ex-sócios têm a visão de um negócio mais robusto, inclusive entrando em áreas novas de crédito, mas não era isso o que eu queria”, explica Amadei. “Na minha opinião o negócio de FIDCs já é suficientemente amplo, então achei melhor eu sair e eles seguirem com sua visão de negócio”.