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Empresas brasileiras emitem R$ 150,1 bilhões no primeiro semestre

LaloniJoseEduardo2As empresas brasileiras emitiram R$ 150,1 bilhões em instrumentos do mercado de capitais no primeiro semestre do ano. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o resultado representa queda de 13,6% em relação ao mesmo período de 2019, como reflexo da crise desencadeada pela Covid-19. Incluindo as operações no mercado externo (já convertidas em reais), o total deste ano sobe para R$ 217,5 bilhões, R$ 4,1 bilhões a menos do que no mesmo intervalo de 2019.
"O mercado de capitais iniciou o ano bastante aquecido, mas desacelerou momentaneamente em razão da pandemia. Ainda assim, o resultado do primeiro semestre ficou próximo ao registrado no mesmo período do ano passado, o que mostra que as companhias estão encontrando oportunidades para suas captações nas ofertas de renda fixa e variável", afirma o vice-presidente José Eduardo Laloni.
As debêntures permaneceram na liderança da captação, com 32,4% do volume total do mercado de janeiro a junho. O montante de R$ 48,6 bilhões ficou, entretanto, 50,7% abaixo do registrado no primeiro semestre de 2019. “Houve, também, uma considerável redução nos prazos dos papéis que chegaram ao mercado. A tendência de alongamento sofreu uma interrupção”, diz Laloni.
Logo após o início da pandemia, as notas promissórias ganharam destaque entre as emissões de renda fixa, como alternativas para o reforço dos caixas das empresas. Em abril, esses papéis bateram o recorde mensal de emissões, com cerca de R$ 33 bilhões, e fecharam o semestre com 62 operações, 24 a mais do que nos seis primeiros meses de 2019, e um volume de R$ 18,9 bilhões, o que representou uma alta de 92% sobre igual período do ano passado. “Lideradas por empresas de energia elétrica, de comércio e transporte, as emissões de notas promissórias ganharam escala graças ao fim da necessidade de registro dos papéis em juntas comerciais, atendendo a uma demanda da Anbima e do mercado”, observa Laloni.
Na renda variável, as ofertas deste ano representaram 24,6% do total emitido no mercado de capitais. O volume de R$ 36,9 bilhões apurado no primeiro semestre é 52,6% maior do que no mesmo intervalo de 2019. O destaque é para os follow-ons (ofertas subsequentes de ações), que atingiram R$ 32,6 bilhões. Entre os IPOs (ofertas iniciais de ações), o total de R$ 4,3 bilhões é quase cinco vezes maior do que os R$ 772 milhões registrados entre janeiro e junho do ano passado. Desde o início da pandemia, 21 ofertas de ações foram interrompidas e duas canceladas. A partir de maio, quatro já foram retomadas.
“O mercado de renda variável já está retomando o fôlego, como provam os volumes expressivos de negócios realizados na B3 nas ultimas semanas. É uma recuperação ditada, entre outros fatores, pela taxa Selic no menor patamar da história”, diz Laloni.
No mercado externo, 12 operações foram realizadas no semestre, totalizando R$ 67,4 bilhões. Os destaques foram as emissões de bônus do Tesouro e da Petrobras em junho, com volumes de R$ 16,4 bilhões (US$ 3,5 bi) e R$ 17,1 bilhões (US$ 3,3 bi), respectivamente. “Títulos do Brasil e de outros países emergentes, com destaque para o México, têm encontrado boa aceitação no exterior”, assinala Laloni.