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Fundações minimizam impacto da queda das ações da Vale em suas carteiras

Fundações com participação acionária na Vale minimizaram o impacto em suas carteiras da queda das ações da mineradora após o desastre em Brumadinho. Na segunda-feira, 28 de janeiro, no primeiro pregão após a tragédia, as ações da empresa caíram 24,52% na Bovespa. “Não há impactos relevantes na carteira de investimentos da Valia”, informou o fundo de pensão da Vale em resposta aos questionamentos de participantes.

Já a Previ disse, sobre o impacto negativo da desvalorização das ações da Vale em seu balanço, “que possui uma carteira de ativos diversificada, capaz de absorver os efeitos de curto prazo desse evento”. Ainda segundo o comunicado da fundação do BB, seus recursos são suficientes para fazer frente aos compromissos de pagamento de benefícios sem a necessidade de venda das ações da Vale.

Ao final de 2016, o Plano 1 da Previ detinha 15,50% de participação na Vale por meio da Litel (holding que concentra as participações externas na Vale). Esse percentual estava avaliado na época em R$ 24,2 bilhões. Na Valia, do total de R$ 1,8 bilhão investidos em ações, R$ 59 milhões estão em ações da Vale por meio das estratégias de gestão própria passiva.

Na Promon, o diretor de investimentos, André Natali, explica que a exposição dos planos da entidade à ação da Vale se dá por meio de fundos exclusivos ou abertos, sob gestão terceirizada, e representa uma fração bastante pequena do patrimônio total, inferior a 0,3% do PL. “Por isso, do ponto de vista agregado, a queda observada na ação da Vale não implicou em impacto financeiro relevante para a carteira de investimentos dos planos da fundação”, diz Natali.

Na Real Grandeza, do PL de R$ 19 bilhões, apenas 1% está alocado em ações da Vale, portanto a queda da ações na segunda-feira não teve grande reflexo para a entidade, diz o gerente de investimentos, Antonio Machado. “Temos uma carteira gerida internamente referenciada no IbrX, e no benchmark a Vale representava 10,5%, enquanto tínhamos no portfólio uma posição no papel abaixo do índice, próxima de 8%”, diz Machado, que ressalta que a Real Grandeza não detém participação na mineradora em blocos de controle.

Segundo Machado, o parâmetro que será utilizado pela fundação em eventuais mudanças futuras no portfólio por conta do desastre terá como norte o texto da Resolução 4.661 que diz que as EFPCs devem considerar, sempre que possível, análises de risco que envolvam aspecetos relacionadas à sustentabilidade econômica, ambiental, social e de governança dos investimentos.