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Elos aproveita crise para aumentar exposição em renda variável

Rafael Judar VicchiniFundação Elos1A Fundação Elos, dos funcionários da Eletrosul e Engie Brasil, vem aproveitando as baixas cotações dos papéis negociados na bolsa de valores, na esteira da crise global gerada pela pandemia da Covid-19, para reforçar o peso das ações em sua carteira de investimentos. O processo de maior exposição ao risco, iniciado no último ano em razão da queda da taxa Selic e da remuneração oferecida pelos títulos públicos federais, ganhou corpo no primeiro trimestre por meio de alocações crescentes em fundos de renda variável pilotados por oito gestores selecionados pela entidade em 2019.
“Desde o início do ano, foram cerca de R$ 50 milhões alocados. O volume de aplicações evoluiu substancialmente em março, quando o Ibovespa apresentou desvalorização de 29,90%”, comenta o diretor financeiro e administrativo Rafael Judar Vicchini. “Nossos gestores, claro, têm estratégias e preferências bem diversificadas. Notamos, contudo, que vários demonstram especial interesse nos setores de energia elétrica e de consumo, com destaques para Magazine Luiza e Via Varejo.”
Os aportes em fundos de ações garantiram, em apenas quatro meses, um crescimento de 1,5 ponto percentual na participação da renda variável no portfólio da fundação, estando hoje em cerca de 12%. A fundação conta com um total de R$ 3,32 bilhões em recursos de investimento.
Segundo Vicchini, o movimento de aumento de exposição em renda variável terá continuidade. “Já estamos elaborando propostas de elevação dos limites de aplicações em ações nas políticas de investimentos, que serão apresentadas ao conselho deliberativo”, diz. “Para realizar novos aportes na bolsa teremos apenas de lançar mão dos recursos aplicados em fundos de alta liquidez, que representam cerca de 10% do patrimônio.”
Recuo no exterior - O único recuo na estratégia de diversificação da Elos diz respeito ao front externo. Os planos de entidade previam a realização de um processo de seleção de gestores na área e alocações, ainda neste primeiro semestre, de cerca de R$ 50 milhões em fundos de investimentos no exterior. “Com a crise, decidimos centrar as nossas atenções em boas oportunidades do plano doméstico, em renda variável e em títulos de renda fixa”, assinala Vicchini. “Teremos, talvez, de repensar o método de abordagem do mercado externo, já que planejávamos trabalhar com fundos sem mecanismos de hedge.”