A Funpresp-Jud, que reúne funcionários públicos do poder judiciário e Ministério Público, começa a reverter as perdas acumuladas nos meses de fevereiro e março. Em abril, isoladamente, a fundação obteve um retorno de quase 3% positivo na sua carteira de investimentos de R$ 855 milhões, mas no acumulado dos quatro primeiros meses do ano ainda está em 3,28% negativos. Segundo o presidente da entidade, Amarildo Vieira de Oliveira, a entidade deve fechar 2020 com resultados positivos, embora provavelmente inferiores ao benchmark.
A entidade tinha decidido, no final do ano passado, ampliar sua fatia de renda variável para 15%, o que conseguiu em janeiro deste ano. Ela esperava que esse aumento de participação da renda variável na carteira trouxesse os retornos necessários à superação do benchmark, mas foi justamente essa estratégia, com a pandemia do coronavirus, que puxou os resultados da fundação para baixo no primeiro trimestre. Apesar disso, as posições de renda variável não foram desfeitas, para não realizar o prejuÃzo. “Nossa posição de renda variável, que chegou a ser 15% do patrimônio, hoje representa 11%â€, explica Oliveira.
A fundação é nova e está numa fase em que praticamente só recebe contribuições, sem pagar benefÃcios. Com quase 20 mil participantes, paga apenas 3 benefÃcios. Ou seja, arrecada mensalmente R$ 32 milhões e paga R$ 5 mil em benefÃcios. É essa arrecadação mensal que foi sendo usada para comprar tÃtulos públicos, cujos spreads abriram bem nos últimos dois meses, permitindo que junto com as estratégias de investimentos no exterior (por causa do câmbio) trouxessem o resultado de abril para o positivo.
Atualmente, do patrimônio de R$ 855 milhões da Funpresp-Jud, 72,4% estão em renda fixa incluindo tÃtulos indexados ao IPCA e CDI/Selic, 11,2% em renda variável, 8,7% em investimentos no exterior e o restante em estruturados. A fundação, que esperava chegar a um patrimônio de R$ 1 bilhão em junho/julho deste ano, por conta da pandemia deve alcançar essa cifra apenas em setembro/outubro.