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Cinco fundações disputam gestão de plano de saúde da Eletrobras

WilsonSergio1A Eletrobras está unificando a gestão de seus planos de saúde com cerca de 35 mil vidas, num processo licitatório que começou nos últimos meses do ano passado e ainda não está definitivamente concluído. Participam do processo cinco fundos de pensão: Real Grandeza (de Furnas), Eletros (da Eletrobras), Fachesf (da Chesf), Previnorte (da Eletronorte, Amazonas Energia e Roraima Energia) e Elos (da Eletrosul e Engie).
A Eletrobras encomendou um estudo à consultoria Assistants, que após analisar as condições da massa de funcionários da empresa e a estrutura e condições de cada uma das participantes do processo licitatório, num trabalho que durou mais de dois meses, produziu um relatório que foi entregue à direção da companhia elétrica no início deste ano. A expectativa dos envolvidos na disputa era que a divulgação do nome do vencedor ocorresse em seguida, mas o surgimento da crise do coronavirus tornou isso inviável.
A Eletrobras esclarece, em nota enviada em 4 de junho a esta redação, que não há um processo licitatório em curso ou nome de vencedor a ser divulgado, motivo pelo qual retiramos essa informação do texto. Segundo a Eletrobras, após receber o relatório da Assistants com as análises da modelagem visando a unificação dos planos, a diretoria executiva e o conselho de administração da empresa optaram pela adoção de um modelo transitório de operadoras de planos de saúde atuando em rede, de forma colaborativa, enquanto aprofundava os estudos técnicos para um futuro processo de unificação. Esse modelo encontra-se atualmente em análise na Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e, se aprovado, será submetido aos conselhos das empresas Eletrobras e negociado com os representantes sindicais.
O presidente de uma das fundações participantes, a Fundação Real Grandeza (FRG), Sérgio Wilson Ferraz Fontes, diz que a estrutura do plano de saúde da fundação, com um total de 41 mil vidas, lhe dá escala para conseguir baixos custos operacionais e qualidade de atendimento, tornando sua proposta na disputa muito competitiva.
A avaliação da FRG é que atualmente a área de planos previdenciários oferece oportunidades de crescimento mais escassas que a da saúde, e portanto a entidade está investindo mais na expansão dessa área mais promissora. “Estamos participando de outros três ou quatro licitações para administrar planos de saúde de empresas privadas, e com boas chances de ganhar”, afirmou Fontes.
De acordo com ele, a fundação que ganhar a licitação para unificar os planos de saúde da Eletrobras terá que criar uma estrutura à parte, com um CNPJ diferente. Isso porque a própria companhia elétrica assim o exigiu, e também porque a legislação não permitiria que fosse diferente. Na aprovação da lei complementar Nº 109, que disciplina o funcionamento dos fundos de pensão de patrocinadores privados, ficou definido que apenas as fundações que já possuíam planos de saúde poderiam manter os mesmos dentro da sua estrutura, para os seus participantes e assistidos, mas aquelas que vissem criar planos médicos posteriormente teriam que criar em estruturas separadas.
Segundo Fontes, a massa dos funcionários da Eletrobras não teria como ser incorporada ao mesmo plano da fundação vencedora da disputa, por não serem participantes ou assistidos dela. ”Terá mesmo que ser uma estrutura diferente, com outro CNPJ”, diz.
Investimentos - Em relação aos investimentos da FRG, Fontes diz que os resultados das carteiras nos meses de abril e maio já permitiram recuperar metade das perdas incorridas no mês de março, que foi, nas suas palavras, “um mês terrível”. Segundo ele, isso foi feito de forma passiva, sem grandes movimentos na alocação dos ativos, até porque nesse cenário de volatilidade “quase ninguém está fazendo grandes movimentos”.
A fundação, que encerrou o ano passado com um superávit de R$ 420 milhões, estava numa situação confortável para enfrentar a crise, explica. “Se não fosse isso, teria sido bem mais difícil”, conclui.