A Petros começa 2021 com planos para reforçar a atenção aos investimentos sustentáveis e contratou uma consultoria especializada para apoiar o trabalho de integração dos aspectos ASG – ambientais, sociais e de governança corporativa - ao seu processo de análise e gestão de investimentos. O projeto inclui não apenas o fornecimento de relatórios das empresas investidas, mas um olhar transversal para os processos de análise de empresas, explica o diretor de Investimentos da fundação, Alexandre Mathias.
“O trabalho consiste numa análise mais aprofundada da exposição a riscos ASG dos ativos da fundação, bem como na integração destas questões às análises econômico-financeiras feitas pela equipe de investimentos e, consequentemente, aos processos de formação de carteiras da instituição”, diz Mathias. Ao longo de 2020, a Petros já cobrou engajamento das companhias investidas da carteira própria e enfatizou junto aos conselheiros indicados pela entidade nestas empresas a importância de incorporar aspectos ASG ao seu negócio, um fator fundamental para a gestão de riscos e valorização de ativos. A experiência tem sido positiva, assegura Mathias, já que contribuiu para ampliar a transparência das práticas ASG destas companhias junto ao mercado.
Ele afirma que a atual gestão tem dado atenção cada vez maior a esses princípios e seguirá em 2021 aprimorando a atuação em defesa dessas diretrizes no negócio das companhias. “As regras valem não só para as empresas nas quais investimos, mas está também no radar interno, no nosso dia a dia”, informa. A metodologia de integração ASG tem sido reforçada com o desenvolvimento de competências internas, contratação de especialistas e diálogo com o mercado. E a metodologia utilizada para a análise das questões ASG é baseada nas principais referências de mercado para a gestão e reporte desses aspectos pelas empresas investidas.
Dever fiduciário - Na Petros, argumenta Mathias, a observância do ASG na decisão de investimentos é considerada não somente boa prática, mas um componente fundamental do seu dever fiduciário. “Como investidores institucionais, temos o papel de buscar engajamento e cobrar ações das companhias investidas”.
A referência tem sido o Código de Stewardship da AMEC, que institui princípios, estabelece o compromisso de considerar aspectos ASG nos processos de investimento e atividades de stewardship e propõe que os investidores sejam ativos e diligentes no exercício do direito de voto, além de definir critérios de engajamento coletivo. É um conjunto de práticas em governança corporativa e gestão de riscos que pretende obter desempenho sustentável, perenidade e melhor relação risco-retorno, pontua Mathias. “Almejamos em nossa carteira de investimentos companhias que sejam protagonistas no debate e na concretização dos temas de ASG'.