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Funcef tem R$ 2 bilhões para crédito e investimento no exterior

Andrea Videira Funcef1Nos planos de diversificação da sua carteira de investimentos, a Funcef separou uma fatia de R$ 1,214 bilhão para fundos de investimento no exterior, que deve estar disponível até o final do semestre, e um pipeline de quase R$1 bilhão para alocar em crédito corporativo. “Não é tão fácil achar bons créditos de empresas resilientes à pandemia, mas estamos olhando para aquelas que devem voltar com menos estresse ao mercado; olhamos uma a uma das emissões e tentamos algumas mas perdemos nas taxas”, diz a diretora de investimentos da fundação, Andrea Morata Videira.
Outra classe de ativos que para diversificação é o crédito lastreado em títulos bancários (Letras Financeiras), para o qual a Funcef destina um pipeline de R$ 770 milhões este ano. “Já fizemos operações com títulos de três bancos aproveitando a alta das taxas das últimas semanas e vemos boas oportunidades nesse mercado”, diz Videira.
Segundo ela, a entidade pretende reforçar sua atuação mais como alocadora e menos como gestora de empresas ou de imóveis, o que exigirá maior cuidado na seleção dos gestores e dos ativos, que passarão por um funil técnico apertado. “Vamos olhar, por exemplo, para todos os IPOs nos setores que consideramos foco, para escolher poucos, apenas aqueles que melhor se qualificarem. Esse funil valerá para os todos os ativos, porque a Funcef agora vai ao mercado buscar setores-alvo em vez de ser procurada pelo mercado”, assegura Videira.
De acordo com a diretora, a fundação está trabalhando na reestruturação de suas participações diretas em companhias de modo a substituir, no longo prazo, os investimentos diretos e a gestão de companhias por mais alocação de capital via fundos. “Estamos readequando processos, governança e sistemas para fazer isso, ainda está em planejamento”, diz.
No ano passado, enquanto a rentabilidade dos fundos de private equity ( FIPs) da carteira da Funcef conseguiram bater meta atuarial no ano, atingindo rentabilidade de 10,47% contra a meta de 10,19%, as participações diretas em companhias foram afetadas negativamente pelo impacto da pandemia. A carteira de 28 FIPs, que já foi de 53 em 2016 mas foi sendo reduzida gradativamente por meio de IPOs e outros mecanismos de saída, somava R$ 1,079 bilhão em dezembro do ano passado.
Atualmente, a fundação considera manter apenas três participações diretas relevantes - na Invepar, Norte Energia e Statkraft. “O desafio de private equity este ano é continuar reestruturando para voltar em outro modelo, com mais foco tanto na seleção de gestores quanto no cuidado com a diversificação setorial e de safras porque no passado a carteira era excessivamente concentrada em termos de safras”, conta o diretor de participações societárias e imobiliárias da entidade, Wagner Duduch.
Segundo ele, setores como energia, agronegócio e tecnologia continuam atrativos. “O private equity de infra-estrutura acabou sendo atingido pela falta de mobilidade trazida pela Covid-19 mas há segmentos ainda são interessantes. Um deles é a área de equipamentos para saúde, com alguns investimentos impactaram positivamente a nossa carteira”. Em escala menor, ele aponta os setores de tecnologia para telecomunicações, data centers, trânsito de dados e logística.