A Volkswagen Previdência Privada (VWPP) está investindo R$ 200 milhões em um fundo exclusivo, com gestão da XP Asset, voltado a comprar cotas de fundos de crédito com chancela ESG (de ambiental, social e governança, na sigla em inglês). Segundo o diretor de investimentos da VWPP, Luiz Paulo Brasizza, embora o FoF possa comprar cotas de fundos tanto locais quanto estrangeiros, “serão mínimos os investimentos em fundos estrangeiros”.
A XP tem na mira 14 fundos de crédito com potencial para receber investimentos do FoF da VWPP, batizado de Taos ESG em referência ao mais recente utilitário-esportivo (SUV) lançado pela patrocinadora. “Os recursos serão liberados à medida em que os fundos candidatos aos investimentos apresentem suas teses mostrando como o dinheiro será usado”, explica Brasizza. “Mas, na prática, os aportes serão bem rápidos pois a XP já tem um mapa com as teses de investimentos dos 14 fundos de crédito com os quais está negociando”.
O benchmark doTaos ESG é CDI + 1,5%. Segundo Brasiza, à medida que esse objetivo for alcançado, abrem-se novos espaços na carteira da fundação para investimentos futuros na mesma estratégia. “A fundação tem apetite para mais que dobrar seu comprometimento nessa estratégia”, explica Brasizza. “Podemos chegar a R$ 450 milhões”.
O aporte de R$ 200 milhões representa 7% do patrimônio da fundação, que é de R$ 3 bilhões. A VWPP tem aproximadamente 20 mil participantes e 3 mil assitidos, todos funcionários do grupo que envolve as marcas Audi, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Man Energy Solutions, Volkswagen do Brasil e Volkswagen Serviços Financeiros.
A estratégia da VWPP tem chamado a atenção de outras fundações, que segundo Brasizza o estão procurando para entender o racional do investimento. De acordo com o diretor de investimentos da entidade, a iniciativa servirá como um sinalizador para as empresas que participam do mercado de capitais de que há demanda para papéis lançados com essa “pegada” ESG. “Queremos ser um fomentador dessas estratégias no mercado brasileiro”, diz Brasizza. “Os fundos de pensão tem esse papel, de puxar o mercado”.
Limites – Segundo o diretor de investimentos da VWPP, a entidade já bateu nos limites estabelecidos pela Resolução 4.661 tanto para investimentos no exterior quanto para investimentos estruturados, que são de 10% e 15%, respectivamente, do patrimônio. “É urgente rever esses limites”, diz Brasizza.