Mainnav

Presidente da Funcef discute FIP Sonda na Câmara dos Deputados

Gilson Costa de Santana FuncefO presidente da Funcef, Gilson Santana, participou nesta quinta-feira (25/11) de audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para discutir as consequências da corrupção na Petrobras nos resultados dos investimentos da Funcef. Segundo ele, alguns investimentos da fundação não performaram em decorrência da corrupção na estatal, como é o caso da alocação no FIP Sondas, no qual a entidade investiu R$ 1,3 bilhão por uma participação de 17% em 2011.
De acordo com Santana, os prejuízos do FIP Sondas afetaram de forma significativa e duradoura os balanços da Funcef. “Esse investimento, somado a outros investimentos ruins, gerou um cenário de déficit que a fundação vive ainda hoje”, afirmou o executivo. “Esse é um tema muito relevante para mais de 100 mil famílias da Fundação que estão, hoje, pagando equacionamentos dos planos que integram”.
A audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados foi pedida pelo deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), com o objetivo de discutir o passivo de R$ 1,3 bilhão na Funcef. Segundo Santana, o FIP Sondas é um dos investimentos relacionados à corrupção na Petrobras com o maior peso na formação desse passivo.
Ele disse na audiência que a Funcef ingressou com ação de improbidade contra a Petrobras e ex-dirigentes da companhia com objetivo de tentar o ressarcimento dos prejuízos. O processo tramita em segredo de Justiça. Se a decisão for favorável à fundação, seria a primeira indenização que a Petrobras pagaria no Brasil decorrente do processo de corrupção.
Nos Estados Unidos a estatal já pagou quase US$ 4 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões a valores atuais) à investidores americanos para cessar processos judiciais ou investigativos. “Foram 3 bilhões de dólares em janeiro de 2018 para encerrar uma ação coletiva e outros 853 milhões de dólares em setembro do mesmo ano para encerrar uma investigação”, explica o deputado Ribeiro. “Além disso, a estatal já conseguiu recuperar no Brasil, até agora, R$ 5,3 bilhões através da Operação Lava-Jato".
O diretor de Investimentos da Funcef, Samuel Crespi, explicou na audiência que o maior prejuízo dos investimentos não performados recaiu sobre o patrimônio do REG/Replan, o plano mais antigo da Fundação, que foi submetido a equacionamento. “Estamos empenhando todos os esforços para recuperar esses valores”, afirmou.