O Banesprev, fundo de pensão dos ex-funcionários do Banespa (comprado pelo Santander no ano 2000), afastou do cargo a diretora administrativa Maria Auxiliadora Alves da Silva, eleita pelos participantes. O afastamento se deu por conta de multa que ela recebeu da Previc na época em que exerceu o cargo de chefe de gabinete da Postalis, com participação no comitê de investimentos daquela entidade. Ela diz que “já está tomando as medidas judiciais cabíveis para o restabelecimento do seu mandato”.
A multa da Previc foi aplicada pela suposta falta de acompanhamento de Silva em relação a um fundo de precatórios investido pela Postalis. Ela recorreu contra a multa, mas o recurso ainda não foi analisado pela Diretoria Colegiada da Previc.
“O único acompanhamento que se pode fazer em um investimento dessa modalidade é a verificação dos vencimentos dos precatórios, sendo que era um fundo gerido por uma das maiores administradoras de recursos do mundo, a BNY Mellon, já condenada em 1ª Instância a pagar pelos prejuízos causados por esse fundo”, diz Silva.
Ela exerceu o cargo de chefe de gabinete da Postalis na gestão de Antonio Carlos Conquista, que presidiu a Postalis após o investimento no Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios CJP (FIDC CJP), ocorrido em 2011. Em depoimento ao Senado em 2015, a então chefe de gabinete da Postalis informou que “quando chegamos à Postalis vimos que existia realmente uma carteira bastante difícil, ilíquida e heterodoxa para um plano de previdência”. Entretanto, esclareceu aos senadores “os investimentos problemáticos da Postalis são anteriores à esta diretoria e nenhum elemento da diretoria de investimentos anterior está mais na fundação”.
A decisão do Banesprev de afastar Silva foi tomada por quatro votos a favor contra dois votos contrários, sendo os votos favoráveis dados por diretores indicados pela patrocinadora e os contrários dados por diretores eleitos pelos participantes.
