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Leilão de Furnas precipita venda de imóveis na Real Grandeza

predios1A venda de um imóvel de 9,7 mil metros quadrados localizado no bairro carioca de Botafogo, em leilão realizado no último dia 13 de julho na B3, colocou nos cofres de Furnas a bolada de R$ 75,40 milhões e também precipitou no seu fundo de pensão, a Real Grandeza, um processo paralelo de desimobilização. A fundação é dona de três edifícios, com 41 mil metros quadrados de área, vizinhos ao espaço vendido por Furnas.
O terreno total é dividido em duas partes, uma das quais pertencia à Furnas e incluía um estacionamento e os prédios que abrigaram o Centro de Operação do Sistema Furnas, além de gráfica e centro de treinamento, arrematados pela Cyrela no leilão da B3. Dividindo os fundos com ele e dando frente para outra rua fica a área da Real Grandeza, na qual estão localizados os três blocos de edifícios que eram alugados à patrocinadora Furnas até 2019, ano em que a empresa elétrica comunicou à fundação sua decisão de deixar os prédios.
Com a decisão da patrocinadora de desocupar os imóveis, a Real Grandeza começou a planejar suas vendas já naquele ano. Mas, menos de um ano após a saída de Furnas veio a pandemia da Covid-19, deprimindo severamente os preços do mercado imobiliário e obrigando a entidade a interromper momentaneamente seus planos de desimobilização. No ano passado, entretanto, a Real Grandeza encomendou um novo estudo complementar para a retomada do processo, até porque, por força da legislação que rege os fundos de pensão, terá que se desfazer de todos os seus investimentos diretos em imóveis até o ano de 2030.
Apesar da venda do imóvel de Furnas no leilão da B3 ter acontecido quando os planos da Real Grandeza já estavam traçados, o processo de venda na patrocinadora contribuirá para dinamizar a operação no fundo de pensão. No último dia 7 de julho o Conselho Deliberativo da fundação já tinha aprovado o Termo de Referência que servirá de base para definir o agente responsável pela estruturação do processo de venda dos três edifícios.
Em seu site, a fundação Real Grandeza publicou que “por força da legislação que rege os fundos de pensão, a Real Grandeza vai se desfazer de todos os seus investimentos diretos em imóveis até o ano de 2030". Segundo a fundação, "a desocupação do espaço por Furnas apenas precipitou esse processo, razão pela qual a Fundação iniciou os procedimentos para operação de venda do complexo”.
O complexo imobiliário da Real Grandeza, incluindo os três prédios que compunham a sede de Furnas, fazem parte da carteira de investimentos do Plano de Benefício Definido (BD) da fundação, correspondendo a cerca de 2,40% do patrimônio total do plano.