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Real Grandeza estréia novo modelo que amplia a gestão externa

Patricia Queiroz RealGrandezaA fundação Real Grandeza, fundo de pensão dos funcionários de Furnas e Eletronuclear, começa a implementar seu novo modelo de alocação de recursos por meio de gestão externa, com o objetivo de, ainda este ano, aumentar a diversificação das classes de ativos e contar com um pool mais expressivo de gestores de fundos de investimento. Com isso, a fundação passará a aplicar pela primeira vez em fundos que investem no exterior e em fundos multimercados, além de ampliar o número de gestores de renda variável e, a partir de 2023, olhar também para fundos de investimento imobiliário, informa Patrícia Queiroz, diretora de investimentos da fundação.
A mudança foi viabilizada pelo novo manual de seleção de gestores, recentemente revisado, unificado e padronizado. “Vimos que a carteira estava muito concentrada em títulos públicos (NTN-Bs) e em bolsa local, classes que tem alta correlação entre si e pouca diversificação. Como a nossa estrutura interna é bastante enxuta, decidimos ampliar a gestão externa, o que traz também a vantagem de termos acesso à expertise desses gestores”, explica.
Para renda variável no exterior, classe em que a fundação ainda não têm nenhuma alocação, foram escolhidos dois gestores, além de outros três de fundos ETF (fundos de índices). A Real Grandeza possui patrimônio de cerca de R$ 16 bilhões em seu plano de Benefício Definido (BD) e R$ 2 bilhões no plano de Contribuição Definida (CD).
O esforço da fundação agora está concentrado na seleção de gestores para fundos multimercados, classe em que a entidade pretende estrear este ano e cuja alocação estratégica é de 2% no plano BD e de até 15% no plano CD. “É uma classe na qual vale a pena alocar mas, como ainda não temos nada aplicado, as estratégias serão apresentadas antes ao comitê de investimentos. São fundos que podem ganhar dinheiro em qualquer cenário, mas cujos resultados dependem muito do trabalho dos gestores, então precisamos selecionar boas cabeças, capazes de navegar em diferentes condições de mercado”, diz.
Em seguida, ao longo do segundo semestre deste ano, serão feitas as seleções dos novos gestores de renda variável ativa e, a médio prazo, já em 2023, será feita a escolha de gestores de fundos de investimento imobiliário. A fundação também escolheu novos gestores de fundos passivos de renda variável local, que começaram a receber alocações.

Gestão externa - A mudança reflete o novo papel da gestão externa da fundação. “O foco até agora estava na gestão própria, mas foi preciso mudar isso. As novas alocações serão feitas gradualmente, com avanços mais rápidos nas classes que estão mais distantes de suas alocações estratégicas”, afirma Felipe Cosi, gerente de investimentos.
O processo será acelerado nas classes em que a fundação nunca investiu ou que estão muito longe de sua alocação estratégica. Ele observa que a estréia em fundos de renda variável no exterior, entretanto, dependerá também das condições de mercado já que a situação atual da bolsa nos EUA, por exemplo, impõe um movimento gradativo.
Na renda variável local, em que a fundação investe atualmente 17% dos ativos do plano BD e 23,9% dos recursos do plano CD, não há espaço para aumentos expressivos porque os percentuais já estão muito próximos da alocação estratégica. A gestão ativa de renda variável, que atualmente é feita por poucos gestores, tende a ganhar mais destaque. “Hoje a alocação é mais passiva e vamos manter a relevância desses fundos, mas vamos buscar também dar maior importância para as estratégias que tenham gestão ativa”, diz Cosi.