EFPCs tiveram rentabilidade média de 0,98% em julho, diz Aditus

Levantamento realizado pela consultoria de investimentos Aditus junto a um grupo de 120 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), com patrimônio somado de R$ 307 bilhões, apurou uma rentabilidade média de 0,98% no mês de julho. O resultado representa uma melhora significativa em relação ao mês de junho, quando a rentabilidade média do grupo foi de -0,26%.
No acumulado do ano, até julho, a rentabilidade média do grupo foi de 6,02%, contra 5,03% no acumulado do ano até junho. Em 12 meses até julho, a rentabilidade média foi de 9,35%, superior à rentabilidade de 12 meses até junho, que ficou em 8,54% (ver quadro abaixo).
O levantamento é feito mensalmente pela consultoria, que mapeia os investimentos em 12 classes de ativos, seguindo os padrões de investimentos adotados pela maioria das EFPCs. Das 12 classes mapeadas apenas uma, renda fixa inflação, teve rentabilidade negativa em julho. As demais 11 tiveram rentabilidade positiva.
Os três melhores desempenhos de junho, na média, foram de renda variável no exterior, renda variável ativa local e renda variável passiva local, com retornos de 6,32%, 5,09% e 4,42%, respectivamente. Os três piores desempenhos de julho foram de renda fixa inflação, fundo de investimentos em participações (FIPs) e fundos de investimentos imobiliários (FIIs), com retornos de -0,25%, 0,04% e 0,17%, respectivamente.
No acumulado do ano até julho, os três melhores desempenhos foram de multimercados estruturados, ALM-títulos públicos e renda fixa tradicional, com retornos de 9,62%, 8,69% e 6,60%, respectivamente. Os três piores desempenhos no acumulado até julho foram de renda variável no exterior, fundo de investimentos em participações (FIPs) e renda fixa no exterior, com retornos de -20,94%, -10,77% e -5,09%, respectivamente.
Dos R$ 307 bilhões da carteira de investimentos analisada pela consultoria em julho, 48% estão em planos BDs, 23% em planos CDs e 29% em planos CVs. A carteira tem 369 planos, dos quais 36% são BDs, 38% são CDs e 26% são CVs.
Análise - Na análise da Aditus, “o mês de julho foi marcado, mais uma vez, por elevada volatilidade e aversão ao risco nos mercados globais. Nos Estados Unidos, o ritmo de alta dos juros de 75 bps fez com que os investidores precificassem a necessidade de uma taxa de juros superior (... e projetassem) uma possível recessão à frente. Na Europa, o Banco Central Europeu elevou a taxa de juros em 0,50 ponto percentual”
Segundo a análise da Aditus, “o mercado foi impactado pela perspectiva de deterioração fiscal frente às medidas que vêm sendo tomadas pelo governo, tanto do lado da renúncia de arrecadação quanto do lado de gastos extra-teto. Neste contexto, o mercado já precifica a possibilidade de continuidade do ciclo de alta na SELIC, além dos 13,75%. A bolsa local refletiu a aceleração do ritmo de aumento das taxas de juros nos EUA ao longo da primeira quinzena do mês (...) mas encerrou julho com alta de 4,69%”.