Edição 371
A concorrência na área de distribuição de produtos de investimentos para clientes institucionais tem aumentado nos últimos anos, com várias assessorias de investimento sendo montadas com esse objetivo. A última delas é a Consepro, formada por três sócios de diferentes origens profissionais: o primeiro vem da área comercial de empresas de gestão de investimentos, o segundo de um fundo de pensão e o terceiro da área financeira de empresas privadas.
“Nossas experiências são complementares”, afirma Rodrigo Maciel, que atuou por 24 anos na área comercial de casas como Pactual, UBS Pactual, BTG Pactual e Western. Ele se une a Rogério Tatulli, com mais de 40 anos de mercado, incluindo os últimos 13 como diretor de investimentos e presidente da PreviEricsson, e Danilo Moura, com 25 anos de experiência como CFI de empresas do setor não-financeiro.
Maciel e Tatulli atuarão na área de relacionamento com os clientes institucionais, enquanto Moura fará o back-office da operação, cuidando da interface com as assets, com os custodiantes e com as empresas de administração fiduciária.
“O Tatulli foi meu cliente por muitos anos, primeiro no Pactual, depois na Western. Quando eu saí da Western, ao final de 2023, ele também estava saindo da PreviEricsson. Então eu o procurei com um projeto de montar uma assessoria de investimentos e aí começou o namoro”, conta Maciel. “Quando ele topou entrar no projeto, a gente viu que tinha que buscar uma terceira pessoa para cuidar de produtos, então conversamos com o Danilo e fechamos o trio”.
A casa, lançada em outubro último, já nasce com representação de sete assets, cujo total sob gestão soma R$ 220 bilhões: More Invest (renda fixa e crédito), M8 Partners (crédito), Mirabaud (crédito), Legend (asset allocation), Ryo Asset (multimercados e renda variável), 3R Investimentos (multimercados e renda variável), RB Asset (imobiliário).
“Visitamos todas essas casas nos últimos meses, conhecemos seus processos, seus produtos, conversamos com seus compliances e suas áreas de risco para nos sentirmos seguros de oferecê-las aos clientes”, afirma Maciel.
A opinião de Tatulli vai na mesma linha, pontuando que a Consepro não prometerá aos clientes que os gestores acertarão sempre. “Se eu falar, ah os meus gestores são os melhores do mundo isso não é bem verdade, porque todos têm altos e baixos”, afirma. “Você tem gestores que atravessam períodos melhores, tem gestores que sofrem mais, mas o importante é manter um processo coerente de investimento”, reconhece Tatulli.
Segundo ele, a Consepro não quer se limitar a atuar apenas como assessoria de investimentos. A casa quer abrir, num segundo momento, novas frentes para atuar, através de parcerias com empresas externas, também nas áreas de seguros, contabilidade, atuária, auditoria externa, jurídica, educacional e de recursos humanos. “Vamos colocar todo esse ecossistema à disposição dos nossos clientes”, diz Tatulli.
Foi ele que acrescentou esse conceito à ideia original de Maciel, que inicialmente se limitava a abrir uma assessoria de investimentos. “Como dirigente de fundo de pensão eu conheço as dores do lado de lá, o dirigente às vezes não quer falar sobre um produto de investimento porque está com a cabeça muito voltada para resolver um problema de atuária, de contabilidade. É ai que a Consepro entra”, diz Tatulli. “Vamos atuar como um parceiro dos fundos de pensão, oferecendo soluções em diferentes segmentos”.
Segundo ele, a Consepro vai destinar 1% da sua receita para projetos do terceiro setor, definido pelo cliente, nas áreas de sustentabilidade e responsabilidade ambiental. As duas primeiras entidades apoiadas são o Hospital de Amor, destinado ao tratamento de câncer, e a United Way Brasil, que atua em projetos para melhoria do aprendizado da infância e juventude.