Na abertura do 9º Encontro Nacional dos Contabilistas das EFPCs, realizada nesta quinta-feira (21/11) em São Paulo, o superintendente da Previc, Ricardo Pena, e o Secretário de Regime Próprio e Complementar, Paulo Roberto dos Santos Pinto, enfatizaram a importância dos investimentos de longo prazo nos portfólios dos fundos de pensão. “Me preocupo com essa ideia de imunização da carteira. Nós temos uma coisa que nenhum outro investidor tem, que é o tempo para esperar um ativo maturar”, disse Pena.
Ele demonstrou preocupação com a excessiva concentração da carteira de investimentos das EFPCs em títulos públicos. Segundo levantamento da SRPC, os fundos de pensão tinham 64,1% do seu portfólio alocado em títulos públicos ao final de junho deste ano. Para Pena, as entidades precisam diversificar suas carteiras, incluindo novos ativos de longo prazo nos portfólios, como por exemplo investimentos ligados à área de infraestrutura. “Pela riqueza e tamanho do país, poderíamos explorar melhor as alternativas que existem nos setores de transporte e de energia”, disse.
Tanto Pena quanto Santos Pinto falaram da urgência de aprovar mudanças na Resolução 4.994, que regula os investimentos das EFPCs, de forma a abrir aos fundos de pensão novas classes de ativos. Citaram, como exemplo, as debêntures de infraestrutura, especialmente adequadas para alocações de longo prazo. Santos Pinto mencionou também a necessidade de retirar da 4.994 a obrigatoriedade dos fundos de pensão venderem o estoque de imóveis físicos até 2030.
“O papel do governo é abrir o cardápio de ativos para permitir que os fundos de pensão escolham o que é melhor em cada momento, pois o mesmo investimento nem sempre terá o mesmo resultado em cenários diferentes”, disse o secretário. Ainda segundo ele, a ampliação do leque de investimentos não tira a autonomia dos fundos de pensão de decidirem sobre as melhores alternativas de investimento para suas carteiras, selecionadas de acordo com a maturidade de seus planos.
