Mainnav

Itajubá aposta em fundos globais, com exposição à crédito e China

Pedro De Biage1A queda da Selic trouxe crescimento “na veia” dos investimentos no exterior em 2020, alternativa de diversificação que tende a se tornar estrutural para os fundos de pensão brasileiros, acredita o sócio da Itajubá Investimentos, Pedro De Biase. Especializada na distribuição de produtos financeiros para investidores institucionais locais, incluindo family offices, fundos de pensão, seguradoras, wealth managers e gestores de patrimônio, a casa viu a demanda por fundos no exterior crescer 20% no ano passado comparado a 2019. Sua aposta é na continuidade desse movimento dos institucionais na direção de ativos alternativos, informa De Biase.
Frente à alta demanda dos produtos com apelo global, a Itajubá decidiu ampliar a oferta de produtos em sua prateleira com alternativas que incluem um novo fundo de crédito global, da gestora Oaktree, e novas estratégias de China. “O país asiático será um dos grandes motores de crescimento no mundo ao longo dos próximos dez anos”, lembra De Biase.
Em dezembro passado, a casa passou a distribuir o Acadian China A Shares, que seleciona ações domésticas da bolsa chinesa. Denominado em dólar, no entanto ele tem exposição à moeda chinesa, o renminbi, o que acrescenta mais um fator de diversificação à estratégia, segundo De Biase.
Além disso, a Itajubá também está trabalhando para colocar em sua prateleira um fundo multimercado estruturado da Man Group, que já existe há quase dois anos nas plataformas globais. “A demanda dos fundos de pensão por multimercados estruturados cresceu muito e estamos fazendo um esforço agora para levar esse produto a elas”, diz De Biase. O fundo usa alocação sistemática para buscar retorno absoluto em qualquer cenário, com versões com e sem hedge cambial. Historicamente, seu retorno tem sido ao redor de 10% ao ano, com volatilidade de 8% a 10%.
Segundo De Biase, a transformação dos fundos de exterior em alocação estrutural nas carteiras das fundações, no modelo de longo prazo que já é seguido pelos endowments americanos e fundos de pensão holandeses, representará uma mudança de paradigma. Sinalizará que há novos espaço fora da renda variável para rechear as estratégias, além das opções em fundos multimercados, renda fixa, FIPs e fundos imobiliários.
No final de 2020, o total distribuído pela Itajubá para as gestoras que representa ficou entre R$ 8 e R$ 10 bilhões. A distribuidora espera dobrar de tamanho nos próximos dois anos. “Desde 2008 já distribuímos mais de R$ 25 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões foram investimentos no exterior, modalidade que começamos a explorar entre 2011 e 2012”, conta o sócio.