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Verde Asset reconhece erro ao iniciar compra de ações subestimando impacto do coronavírus

A Verde Asset, do gestor Luis Stuhlberger, divulgou uma carta aos investidores na qual reconhece que cometeu um erro importante: “começamos a comprar muito cedo”. Há cerca de dez dias, a asset havia divulgado outra carta em que informou que estava adotando uma estratégia gradualista de aumentar as posições em ações do fundo aos poucos, focando no mercado acionário americano, por considerá-lo o mais resiliente e que deve se recuperar primeiro que os demais.

Já na carta desta sexta-feira (20), a gestora reconhece que subestimou alguns pontos importantes, como atribuir um peso relevante ao binômio temperatura/umidade, com base no número de casos baixíssimo de lugares como Tailândia, Cingapura e Indonésia. “Com isso acreditávamos que por volta de maio o número de casos ia retrair de maneira importante, e portanto, os mercados iam conseguir atravessar o período mais agudo de março-abril sem grande pânico”, escrevem os gestores da Verde, na carta.

Os gestores da Verde dizem também que a incerteza econômica trazida pelos seguidos lockdowns mundo afora faz com que o horizonte de investimentos de todos seja reduzido ao máximo. “Já vimos isso em 2008 e outras crises. Esta é a oportunidade”, destacam os profissionais da gestora. “Obviamente teremos impactos econômicos sérios. Mas para nós, a correção dos mercados mais do que reflete tais impactos”. Segundo os especialistas, há uma combinação de social distancing, tratamentos para o COVID-19 (seja anti-virais, antiinflamatórios, e eventualmente vacinas), com as medidas fiscais e monetárias já anunciadas, como uma ponte capaz de atravessar o período de volatilidade atual. “A China e a Coreia do Sul mostraram o caminho”.

Apesar de reconhecer o erro, a carta desta sexta da Verde informa que a gestora segue aumentado a exposição ao mercado acionário americano. “Vemos ali a melhor combinação de poder de fogo fiscal e monetário com lucratividade das empresas”. A gestora também mantém exposição a ações no Brasil e na curva de juros real, focado entre a parte intermediária e longa.