Mauá faz alterações no portfólio de ações como reflexo dos impactos do coronavírus

A gestora Mauá Capital promoveu algumas trocas de posições em seu fundo de ações diante das incertezas sobre o impacto da pandemia do coronavírus na economia. “Optamos por desafazer de posições em empresas que considerávamos bons investimentos, porém inseridas em setores que julgávamos ter maior dificuldade ou clareza quanto aos impactos do curto e médio prazo, e, portanto, sem uma boa relação de risco-retorno, como Gol, Via Varejo e Usiminas”, escreveram os gestores da asset, em carta aos investidores.

Ao mesmo tempo em que realizou os desinvestimentos, a gestora buscou reinvestir em empresas que julga ter um balanço sólido e resiliente, e portanto menos suscetíveis ao fluxo negativo de notícias do curto prazo. Entraram no radar da Mauá empresas com baixo grau de endividamento e/ou empresas que tivessem uma posição de caixa privilegiada. Depois de um longo tempo fora, a Vale voltou a entrar na carteira da asset. Apesar dos problemas ambientais e de sustentabilidade questionados pelos investidores estrangeiros, a companhia apresentou quedas significativas e já está negociando com múltiplo EV/EBITDA abaixo de 3,8x, apontam os profissionais da gestora. "Além disso, é uma companhia com grande exposição ao dólar e os dados mostram que o impacto do Covid-19 na China está diminuindo e a atividade econômica voltando aos poucos, portanto a demanda por minério de ferro deve retornar em breve". Na carta, os gestores dizem ainda que buscaram preservar as empresas que passaram por um processo de capitalização recente como é o caso de Magazine Luiza, Intermédica, Cogna, Eztec e Anima. Como forma de reduzir a volatilidade do portfólio, a gestora também reduziu suas posições em derivativos – como índices futuros e compras e vendas de opções de Ibovespa.