Garde amplia fatia de “high techs” estrangeiras no portfólio

A Garde Asset, em função da crise causada nos mercados pela pandemia do Covid-19, está ajustando seus portfólios e dando mais ênfase, no segmento de ações, aos investimentos no exterior. Nesse segmento, cujo PL caiu de uma média de 20% para cerca de 7% do total, a fatia dos papéis negociados no exterior passou a representar quase 50%, cinco vezes o volume anterior. A preferência absoluta é por ações de companhias de alta tecnologia, cujos produtos e serviços vêm ganhando espaço em meio à quarentena forçada da população global.
“Essas empresas vão acelerar a sua penetração no dia a dia das pessoas a partir da crise atual, ao passo que a manufatura tradicional tende a perder espaço”, prevê o CEO da asset, Marcelo Giufrida. “Estamos fazendo nova ponderação das nossas carteiras de ações com base nessas projeções, dando preferência aos mercados externos, onde a oferta de papéis de companhias de ponta é muito maior.”
Nas demais classes de ativos, o leque de opções considerado pela Garde é mais restrito. A asset demonstra interesse por títulos públicos prefixados, apostando que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central terá de efetuar novos cortes na Selic para tentar estimular a atividade econômica, e descarta aplicações em papéis pós de longo prazo, em razão das incertezas.
“O câmbio, mais especificamente o dólar, também segue como um bom seguro no momento”, observa Giufrida, que compara os efeitos do quadro atual aos de uma guerra de proporções mundiais “A única diferença é que não estamos assistindo à destruição da infraestrutura das nações. A crise, porém, terá impacto muito grande sobre a atividade econômica, já que atua sobre a oferta e a demanda. No caso do Brasil, projetamos uma queda do PIB de 3% neste ano.”