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Com estratégia ativa, Sinergia tem alta de 33,5% no mês de junho

UtschDanielFator 18maiO Fundo Sinergia, com gestão da FAR (Fator Administração de Recursos), registrou expressiva valorização de 33,5% no mês de junho, superando o Ibovespa e o IVBX-2 que apresentaram altas de 8,8% e 8,1% no mesmo mês, respectivamente. No acumulado do ano, até junho, o Sinergia cresceu 23,87% e em 12 meses 38,5%, contra -17,80% e 5,52% do Ibovespa e -16,43% e 5,6% do IVBX-2, em iguais períodos.
Segundo o gestor do Sinergia, Daniel Utsch, o fundo conseguiu bons retornos com ações de empresas ligadas a economia chinesa, principalmente produtoras de proteínas, como Marfrig, BR Foods e JBS, que além de contarem com a enorme demanda chinesa ainda recebiam em dólar. “No primeiro momento da pandemia elas caíram mais que as demais, mas logo em seguida se recuperaram muito intensamente. E além disso, foram beneficiadas pela valorização do dólar, que chegou a ser cotado a quase seis reais”, explica.
Além disso, o fundo conseguiu se apropriar da valorização de papéis que estavam mal precificados. A estratégia do fundo foi garimpar ações cujos preços estivessem desequilibrados em relação ao histórico com seus pares, comprando se estivessem muito abaixo de pares com os quais normalmente mantém equilíbrio ou se estivessem no mesmo nível de pares que normalmente deveria superar. “No auge da crise, atuamos ativamente para aproveitar as oportunidades dessas distorções”, explica Utsch. “Cenários de grande volatilidade geralmente geram essas enormes dispersões de preços, e foi o que aconteceu”.
Ele cita o caso de ViaVarejo e Randon, ambas ações mal precificadas pelo mercado em relação à seus pares, ações que pareciam perdedoras num primeiro momento mas que acabaram vencedoras. A primeira liderava as listas de baixas do varejo, parecia que ia quebrar, mas começou a subir rapidamente quando o mercado descobriu que suas vendas online estavam transformando o seu modelo de negócio em vencedor. “O Sinergia comprou papéis da ViaVarejo a R$ 4,00 e, em dois meses, eles tinham triplicado de preço”, conta Utsch.
O caso da Randon é mais ou menos parecido. A fabricante de carrocerias é normalmente percebida por seu vínculo com a economia doméstica, então era uma forte candidata a perdedora. Mas o fundo da FAR percebeu que grande parte da produção da empresa eram de carretas graneleiras, produto vendido para o setor do agronegócio. Então, por esse vínculo com um setor visto como vencedor, e também por ter parte das receitas dolarizadas devido a exportações, os papéis da Randon passaram a ter expressiva valorização ajudando no desempenho do fundo da FAR.
Outra estratégia do Sinergia foi tentar descobrir setores que se sairiam melhor no pós-crise. O tradicional setor varejista foi apontado pelo mercado, desde o começo, como perdedor, principalmente as empresas de vestuário e calçados. Ao generalizar, o mercado não avaliou que são as pequenas e médias que saem enfraquecidas da crise e até quebram com ela, enquanto as grandes podem até sair fortalecidas e com mais market-share. “A crise quebra as pequenas varejistas, mas fortalece as grandes, que são as que ficam no jogo”, explica o gestor.
O Sinergia acabou apostando num fornecedor de tecnologia para o setor de vestuário, a Link, avaliando que teria um bom desempenho porque fornecia principalmente para grandes empresas de vestuário. A empresa entrega soluções tecnológicas para as grandes varejistas do setor de vestuário, incluindo soluções de integração digital e e-commerce. O papel está trazendo ótimos resultados para portfólio do Sinergia, diz Utsch. “O mercado tinha precificado a Link como se ela, por fornecer ao setor de vestiário, estivesse condenada. Mas não viram que ela fornece soluções tecnológicas basicamente para as grandes do setor de vestuário, que vão consolidar o setor”.
Com o Ibovespa a 104 mil pontos, alta de 1,5% no dia de hoje (20/07), Utsch é cauteloso em recomendar novos movimentos. “Muita da alta já foi precificada. Mas a bolsa está cara? Não dá para dizer isso, temos o risco de uma segunda onda da Covid-19 e problemas fiscais mais à frente por causa dos gastos com a pandemia, mas também temos uma Selic a 2,25% que incentiva muita gente a entrar na bolsa”.