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Gestores de patrimônio administram R$ 223,4 bilhões em recursos

Jan KarstenA Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgou uma pesquisa indicando que o volume administrado por casas de gestão de patrimônio alcançou R$ 223,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, crescimento de 7% em relação a dezembro de 2019, quando elas eram responsáveis por R$ 208,8 bilhões.
“Os investidores atendidos pelas casas de gestão de patrimônio têm carteiras bastante diversificadas, o que ajuda a enfrentar momentos de crise, como a vivida no primeiro semestre por conta da pandemia, e pode explicar o aumento no volume aplicado por esses clientes”, explica Jan Karsten, diretor da Anbima.
Dos ativos financeiros utilizados por esse segmento de clientes, grande parte é de cotas de fundos de terceiros, como as de multimercados, que representam 24,7% do volume total – ou R$ 55,3 bilhões, uma alta de 4,4% no período. A seguir vêm as cotas de fundos de ações, com 15,5% – R$ 34,6 bilhões, resultado 6,9% maior que no final do ano passado. “A queda da taxa de juros explica a procura por produtos mais arriscados”, comenta Jan. As cotas de fundos de renda fixa representam 12,9% do total e os estruturados, o que inclui fundos imobiliários e de participações, 8,6%. Essas porcentagens correspondem a R$ 28,8 bilhões e R$ 19,3 bilhões, respectivamente.
Entre os títulos privados com maior representatividade (pelo menos 2% das aplicações), destacam-se as debêntures, que bateram R$ 9,2 bilhões em junho deste ano, um crescimento de 6,6% frente ao final de 2019, e as letras financeiras, com R$ R$ 5,1 bilhões, valor 19,3% maior que em dezembro. Na sequência, estão CDBs e RDBs (Certificados e Recibos de Depósitos Bancários, respectivamente), com uma alta de 32,0% na mesma base de comparação, somando R$ 4,6 bilhões, e as LCAs (Letras de Crédito Agrícola), que tiveram perda de 5,4% no volume em relação ao final do ano passado, batendo R$ 4,6 bilhões.
Todos esses investimentos (cotas de fundos, títulos privados e outros que fazem parte das estatísticas, como títulos públicos) são feitos por meio de dois veículos: fundos de investimento, que respondem por 69,9% do volume sob administração (R$ 156,3 bilhões), ou carteiras administradas, que têm 30,1% (R$ 61,2 bilhões).

Os clientes - Os dados correspondem a 21.202 grupos econômicos, ou seja, “famílias de clientes” que podem conter um ou mais CPFs (depende da classificação de cada instituição). A maioria deles (71,2%) está no Sudeste: São Paulo têm 41,9% dos investidores, Minas Gerais e Espírito Santo têm 17,0% e Rio de Janeiro, 12,2%. Os demais grupos econômicos se dividem em 15,6% no Sul, 7,0% no Nordeste, 4,7% no Centro-Oeste e 1,5% no Norte.
Essa concentração no Sudeste também se repete no volume financeiro: a região responde por R$ 192,0bilhões até a primeira metade deste ano, um crescimento de 7,7% em relação a dezembro de 2019. Na sequência, estão o Sul, com R$ 20,7 bilhões e o Nordeste, com R$ 7,1 bilhões, montantes que tiveram altas de 5,9% e 4,7%, respectivamente. O Centro-Oeste, com R$ 3,0 bilhões e o Norte, com R$ 629 milhões, resultados que refletem quedas de 11,9% e 20,2%, nesta ordem.