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Alliance, sob o comando de Stein, vai procurar os institucionais

Bruno Stein Alliance1Bruno Stein deixou a área de wealth management do Itaú-Unibanco, onde se encontrava há quase cinco anos, para comandar a operação do Alliance Bernstein no Brasil. Não é o início da trajetória dessa gestora americana no mercado brasileiro, uma vez que já no final dos anos 90 a Alliance havia lançado em parceria com o BCN, instituição do banqueiro Pedro Conde que o Bradesco havia comprado em 1997, a BCN Alliance. Essa parceria funcionou até o final de 2001 quando, juntamente com a Bradesco Templeton e a Boa Vista Espírito Santo, acabou sendo absorvida na criação da Bradesco Asset Management.
“Mas nós nunca deixamos de fato o mercado brasileiro, o escritório aqui nunca fechou”, afirma Stein. Segundo ele, a gestora manteve seu registro de CVM e operava num escritório com uma única pessoa na negociação de papéis brasileiros para os fundos globais. A sua contratação, explica, tem o objetivo de recolocar a marca entre as opções de alocação global para os investidores brasileiros. Seus primeiros passos serão a identificação das demandas locais, seguidos da montagem de feeders das estratégias globais e sua distribuição através das plataformas para o mercado de varejo ou com equipes próprias para os investidores institucionais. "O mercado de institucionais tem que ser atendido de uma forma diferenciada, pois tem muitas peculiaridades", diz. "Já estou conversando com os dirigentes das fundações".
Segundo Stein, o foco de atuação da Alliance será basicamente na distribuição de feeders dos seus fundos globais, não estando em seus planos atuar no desenvolvimento de produtos locais. Ele avalia que o mercado brasileiro é bastante competitivo em termos de gestão de ativos brasileiros, com muitas assets criadas sob a estrutura de partnership, onde os gestores também são donos, o que torna seus produtos muito competitivos. “Não é bem o desenho das grandes casas internacionais, então optamos por não entrar nessa área e trazer para cá, num primeiro momento, as nossas principais estratégias globais”, diz.
Com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, Stein passou por casas como Dresdner Bank, Unibanco Asset Management (UAM), Itaú (numa primeira passagem que durou quase cinco anos, entre 2006 e 2010), BlackRock e de novo Itaú Unibanco (segunda passagem, de quase cinco anos). “A gente acumulou muita bagagem, no começo vendendo o Brasil lá fora na época da UAM, depois na BlackRock onde minha missão era trazer produtos lá de fora para o mercado brasileiro, e trouxemos os primeiros ETFs”, recorda Stein. “E quando voltei ao Itaú, na wealth, eu conheci o outro lado da moeda, que é a entrega do produto propriamente dito ao cliente, fazer o serviço chegar no cliente final”.
Ele acredita que essa bagagem será fundamental na identificação e preparação das estratégias que terá como missão oferecer ao mercado local. Sua expectativa é que, entre três e seis meses, consiga entregar os primeiros produtos ao mercado. Atualmente, no escritório da Alliance, são apenas ele e uma segunda pessoa, mas existem espaço para dez. “Não vamos preencher todos os lugares neste ano, mas se isso acontecer será um surpresa muito boa”, diz.
A Alliance tem cerca de US$ 730 bilhões sob gestão no mundo, dos quais entre US$ 340 bilhões e US$ 350 bilhões são de clientes institucionais. “Já estou retomando meus contatos com esse público aqui no Brasil”, afirma.