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Devant entra na área de properties e terá primeiro FII de tijolo

Bruno EirasDevantCom experiência na gestão de fundos de crédito privado e dois fundos de investimento imobiliário (FIIs) listados em bolsa, a Devant Asset quer entrar agora na área de properties, com o lançamento de seu primeiro fundo de tijolo. O IPO está em fase de estruturação e deve acontecer no final deste ano ou na virada para 2022, informa o sócio-fundador e diretor de gestão Bruno Eiras. A oferta pretende levantar entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões e, segundo Eiras, já contaria com o interesse de investidores que aplicariam entre 40% e 50% para o seed money.
“Para colocar esse projeto em pé, juntou-se a nós no início de setembro um novo sócio, Christiano Moreira, profissional com mais de 15 anos de experiência no mercado de capitais, que trabalhou no desenvolvimento de real estate para a Walmart e cuidou de projetos de private equity imobiliário da gestora VBI”, explica Eiras. Antes de ir para a nova casa, Moreira era o portfolio manager de fundo listado na B3 da V2.
“A decisão de ir para o tijolo faz todo o sentido para nós e era um passo natural dado que já temos quatro fundos de crédito privado e dois fundos imobiliários listados na B3”, afirma Eiras. Segundo ele, a projeção de retorno para a nova estratégia é de 8% a 9% ao ano em dividendos.
De início o fundo buscará alocar em todos os segmentos de properties, com destaque para galpões logísticos mas olhando também para oportunidades em shoppings, lajes corporativas e tudo o que gere renda nesse mercado. Em seguida, a ideia é afunilar para alocação em galpões logísticos, data centers e lajes corporativas, com ativos de nível prime, bem localizados e que possam ser realocados no máximo em seis meses no caso de saída de inquilinos.
O objetivo é ter locatários de elevada qualidade de crédito. “Acreditamos especialmente na tese de galpões para logística, que ainda tem grande espaço para avançar no Brasil por conta da expansão continuada do e-commerce. Eiras cita estudo da Goldman Sachs que mostra que 11% do varejo brasileiro passam, atualmente, pelo comércio eletrônico, percentual que deve dobrar em quatro anos para 22% do total. Ainda assim, é muito aquém dos 40% que representa nos EUA ou dos 60% que atinge na China, o que mostra as possibilidades do setor dos galpões no Brasil.
Segundo ele, o novo fundo não deve ser prejudicado pelo ciclo de alta do juro ou pelas incertezas da economia, acredita Eiras. “É um fundo que pode chegar a R$ 2 bilhões ou R$ 3 bilhões mas vamos expandir pari passu, à medida que desenvolvermos nossa capacity ao longo dos próximos anos. Já há bons ativos em vista e bons inquilinos com opções”, informa. “Além disso, o pagamento de dividendos mensais e a qualidade do portfolio, que não é de high yeld, tendem a atrair investidores”.