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Fala de Guedes sobre teto de gastos impacta ativos imobiliários

Luis StacchiniNaviCapitalO impacto das das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, a respeito de obter uma licença para furar o teto de gastos foi sentido em cheio em todos os mercados nesta quinta (21/10) e os indicadores do mercado de ativos imobiliários não foram exceção. O IFIX, índice de fundos de investimento imobiliário listados na B3, caiu 0,49% no encerramento da sessão, a 2.724,94 pontos. O IMOB, índice que avalia o desempenho médio das cotações das ações de maior representatividade do setor imobiliário e da construção civil, oscilou entre 4% e 6% de queda. "Foi um dia de terror na terra por conta dos comentários sobre o furo do teto”, observa Luis Stacchini, sócio e gestor de real estate da Navi Capital.
Ao mesmo tempo, a curva longa de juros abriu, refletindo a preocupação com o risco-país. Os prêmios dos fundos imobiliários em relação às NTN-Bs mais longas (para 2055) também subiram, saltando de IPCA + 5,1% no dia 18 para IPCA + 5,5% hoje. “Esse prêmio era de IPCA + 3,5% no começo deste ano, então a abertura foi muito agressiva e isso gera impacto relevante no custo do capital e nos preços dos ativos”, explica o gestor.
O fundo de real estate da Navi, um fundo de fundos de FII (NAVT11) é jovem e fez seu IPO em abril deste ano, com uma carteira que aloca 35% dos recursos em FIIs de crédito, parcela que será ampliada, detalha Stacchini. Na parte alocada no segmento de “tijolo”, a maior posição é em contratos atipicos de longo prazo, que devem ser beneficiados pela alta do IPCA. “Juro alto não combina bem com FII de modo geral, mas acreditamos que o tipo de gestão ativa que fazemos nos permitirá continuar a gerar alfa, como temos feito desde o IPO", afirma. Segundo Stacchini, o mercado de FIIs está muito sensível para a questão fiscal do país e isso tem reflexo na precificação dos ativos, principalmente nos fundos imobiliários de tijolo.