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Copom eleva Selic para 9,25%, maior taxa dos últimos quatro anos

banco centralO Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (08/12), por unanimidade, a taxa básica de juros, a Selic, em 1,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano. É a maior taxa dos últimos quatro anos. A decisão era esperada por analistas do mercado financeiro, como uma resposta do BC frente ao aumento da inflação. Esse foi o sétimo reajuste consecutivo na taxa Selic, depois de passar seis anos sem elevação.
De março até agora o Copom já elevou a taxa em 7,25 pontos percentuais.Foram dois aumentos de 0,75 pp em março e maio, seguido de um aumento de 1,25 pp em junho e dois aumentos de 1 pp em agosto e setembro. Na reunião, de outubro a elevação foi de 1,5 pp, alta que se repetiu agora alcançando os 9,25% ao ano.
"Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevam o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mantendo a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico", diz o Copom em seu comunicado.
Para o ex-diretor de política monetária do BC na gestão de Armínio Fraga e hoje CEO da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo, “a decisão foi acertada e firme, deixou claro que as expectativas de inflação são muito importantes”.
A análise é corroborada por outro ex-diretor do BC, Reinaldo Le Grazie que foi diretor de política monetária do Banco Central na gestão de Ilan Goldfajn. “O Copom se mostra determinado a reverter o processo inflacionário”, diz Le Grazie que hoje comanda a gestora Panamby.
Para Evaldo Perussolo, CFO do Banco Bari, “a alta dos juros é um remédio amargo para colocar a economia nos eixos neste momento, mesmo que o país esteja em recessão técnica, conforme apontado na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. Elevar a Selic é a principal alternativa que o Banco Central tem à mão para tentar controlar a inflação”.
O mercado financeiro projeta que a inflação oficial, medida pelo IPCA, deve chegar a 10,18% neste ano segundo o Boletim Focus publicado pelo BC, muito acima da meta de inflação que é de 3,75% para o ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja de 5,25% no limite superior e de 2,25% no inferior.