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Para Valle, reservas internacionais dão estabilidade ao Brasil

paulo valle1O alto volume de reservas internacionais e as poucas dívidas em dólar tornam o Brasil preparado para enfrentar a volatilidade dos mercados financeiros ao conflito entre Rússia e Ucrânia, disse hoje (24/02) o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle. Segundo o secretário, ainda é cedo para pensar em leilões extraordinários da dívida pública para segurar o mercado.
O Ibovespa, principal índice de ações da B3, fechou em queda de 0,37% em 111 mil pontos em dia de forte aversão ao risco global. O índice chegou a cair mais de 2,50% quase aos 109 mil pontos, mas se recuperou após uma fala mais branda do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a invasão.
Já o dólar comercial, que fechou na quarta-feira a R$ 5, voltou a subir e fechou nesta quinta-feira vendido a R$ 5,105 com alta de R$ 0,101 (+2,02%). No pior momento do dia, por volta das 15h, a cotação chegou a R$ 5,15 mas a alta perdeu força nas horas finais de negociação, após declarações consideradas brandas do presidente norte-americano, Joe Biden.
Para Valle, “é importante lembrar a posição em que o Brasil se encontra. Em termos de dívida pública, estamos em situação muito confortável. A gente tem só 5% da dívida em dívida externa e a participação do estrangeiro [na dívida interna] no Brasil é de pouco mais de 10%. A gente tem 100% da necessidade de financiamento de 2022 em caixa. A gente tem mais de US$ 350 bilhões de reserva internacional. O Brasil está bem estruturado para alguma volatilidade internacional”.
Quanto a eventuais leilões do colchão da dívida pública, tipo de medida tomada em momentos de turbulência extrema no mercado financeiro, o secretário comentou que o Tesouro só poderá tomar qualquer decisão depois de aguardar como o conflito vai se desenrolar e se haverá impactos em outros países.
“O Tesouro está com o caixa confortável. A gente acompanha o mercado permanentemente. Estamos atentos e tomaremos as medidas que forem necessárias. Mas, neste momento, acho que está cedo e que estamos bem posicionados”, afirmou Valle.
O secretário deu as explicações ao comentar o resultado primário de janeiro. No mês passado, as contas do governo central tiveram superavit primário recorde de R$ 76,5 bilhões. - com informações da Agência Brasil.