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Copom eleva Selic para 13,75% e indica nova alta para setembro

banco centralO Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 13,75% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade, já era esperada pelos analistas financeiros e reflete incertezas em relação aos impactos da guerra na Ucrânia e de uma possível recessão nos Estados Unidos. Foi o 12º reajuste consecutivo, com a nova taxa igualando-se ao patamar de janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.
Em comunicado, o Copom informou que os riscos de que a inflação fique acima das expectativas em prazos mais longos fez o BC optar por não encerrar o ciclo de alta da Selic na reunião desta quarta-feira (3/8). O texto, no entanto, informou que o Copom deverá reduzir o ritmo de altas, elevando a taxa em 0,25 ponto percentual no próximo encontro, no fim de setembro.
“O comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião. Nota ainda que a incerteza da atual conjuntura, tanto doméstica quanto global, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuaçãoâ€, destacou o BC.
De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro a Selic foi elevada em 1,5 ponto de dezembro do ano passado até maio deste ano. O aumento nas últimas duas reuniões foi de 0,5 ponto percentual.
Inflação - A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. Em junho, o Ãndice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 11,89% no acumulado de 12 meses, o maior nível para o mês desde 2015. No entanto, a prévia da inflação de agosto começa a mostrar uma desaceleração, principalmente por causa da queda dos preços da energia e da gasolina.
Mas o índice ainda está bastante acima do teto da meta, que é de 3,5% para 2022 com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. As previsões do mercado, contidas no último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, indicam que a inflação oficial deverá fechar o ano em 7,15%.