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Ata do Copom mostra preocupação com estímulos fiscais

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada nesta terça-feira (9/8), diz que uma elevação da taxa Selic na reunião do próximo mês dependerá do comportamento da inflação e de outras variáveis econômicas que estarão sendo observadas até lá. O documento mostrou preocupação com os estímulos fiscais no aquecimento da economia, como os auxílios dados pelo governo à população e a setores produtivos, que podem elevar a expectativa de inflação no país.
“O comitê avalia que políticas temporárias de apoio à renda devem trazer estímulo à demanda agregada e que o prolongamento de tais políticas pode elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionam a demanda agregada e pioram a trajetória fiscal. O comitê reitera que há vários canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação, incluindo seu efeito sobre a atividade, preços de ativos e expectativas de inflação”, diz a ata.
No reunião da semana passada o Copom elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 13,75% ao ano, e sinalizou outro ajuste de 0,25 ponto para a próxima reunião, em setembro. A ata de hoje diz que “um novo ajuste de 0,50 ponto percentual era apropriado frente a um ambiente de elevada incerteza, apesar do estágio já significativamente contracionista da política monetária, que, considerando suas defasagens, deve impactar a economia mais fortemente a partir do segundo semestre deste ano”.
A ata também considerou a maior persistência das pressões inflacionárias globais, como os impactos da guerra na Ucrânia, a política chinesa de combate à covid-19 e as políticas que restringem o comércio de produtos agrícolas em países produtores de commodities.