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Volatilidade postergou cerca de R$ 6 bilhões em ofertas de ações, diz estudo da EY

A alta volatilidade no mercado brasileiro diante das indefinições das eleições de outubro e o ambiente global menos favorável para emergentes postergou ao menos R$ 6 bilhões em ofertas de ações, segund estudo sobre o mercado de IPOs divulgado pela EY. Empresas que haviam sinalizado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) intenção de realizar IPOs, como Agibank, Banrisul Cartões, Bunge Açúcar e Bioenergia e JHSF Malls, decidiram adiar os investimentos, aponta o estudo. 

No segundo trimestre, três IPOs foram feitos na bolsa brasileira: as operadoras de saúde Intermédica Notredame e Hapvida, além do Banco Inter, totalizando R$ 7 bilhões. O Banco Inter foi a primeira fintech a abrir capital na bolsa e levantou R$ 541 milhões na oferta primária, além de R$ 180 milhões na secundária. Já as operadoras de saúde Intermédia Notredame e Hapvida levantaram R$ 2,72 bilhões e R$ 3,4 bilhões, respectivamente.

“Observamos que os investidores têm adotado uma postura mais cautelosa por conta do cenário político ainda incerto no país. Acreditamos que assim que o cenário político econômico do Brasil e da região estiver mais claro teremos novas empresas se lançando na bolsa”, afirmou o diretor de transações corporativas e líder de IPOs da EY, Guilherme Sampaio, em comunicado.

No cenário global, o estudo apontou que os riscos e incertezas da geopolíticas, além de mudanças comerciais globais, contribuíram para a queda de IPOs no segundo trimestre de 2018, resultando em 660 IPOs no primeiro semestre deste ano. O número representa uma queda de 21% em relação ao mesmo período de 2017, quando houve 1713 IPOs.

Apesar dessa desaceleração, os mercados globais de IPO aumentaram US$ 94,3 bilhões no primeiro semestre de 2018, número 5% superior no comparativo anual. Vale ressaltar que esse crescimento é o maior para o primeiro semestre desde 2015.

Os setores que contaram com mais empresas abrindo o capital na bolsa, até o momento, foram tecnologia, indústria e saúde. Os Estados Unidos registraram, no segundo trimestre de 2018, 54 IPOs, levantando US$ 12,9 bilhões, um aumento de 6% em receita, mas queda de 8% em volume se comparado com o mesmo período em 2017.