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CEO da MSCI diz que Brasil precisa entregar resultados para ganhar espaço em benchmarks globais

O mercado brasileiro deve voltar a ganhar espaço nos benchmarks globais de países emergentes nos próximos anos, após perder mais de 50% de seu espaço no passado recente em função da recessão, mas somente caso o atual otimismo que ainda se vislumbra entre os investidores com o futuro governo venha a se confirmar com medidas concretas de ajuste fiscal, diz o CEO da MSCI, Henry Fernandez. A representatividade do mercado brasileiro no índice da MSCI para mercados emergentes, que em 2010 era de 15,83%, está atualmente em 7,32%.

“A despeito da expectativa positiva dos investidores com o próximo governo, será necessário entender como se dará a relação dele com o Congresso para que as importantes e complexas medidas para dar equilibrio às contas públicas do país avancem”, afirma Fernandez. Ele acrescenta, contudo, que o mercado não irá ficar esperando por muito tempo o Brasil colocar a casa em ordem para então iniciar sua alocação na região. “Há um grande mundo com diversas oportunidades de investimento à disposição dos investidores”.

Na avaliação do especialista, outro aspecto importante no qual o Brasil ainda precisa avançar para ganhar mais atenção dos investidores globais é dar maior importância para os fatores ambientais, sociais e de governança nos investimentos realizados localmente. “Se nos atentarmos para o fator ambiental, uma maior preocupação dos investidores com as empresas brasileiras ganha ainda mais importância, já que o mercado local está fortemente relacionado com as commodities”.

Além da recessão econômica, que fez o mercado brasileiro ter um fraco desempenho, e consequentemente perder espaço nos benchmarks globais, o CEO da MSCI lembra que também contribuiu para esse recuo a evolução de outras economias emergentes. Fernandez cita a Arábia Saudita e o Kuwait como potenciais novos entrantes nos benchmarks de mercados emergentes nos próximos anos, além da Argentina, que já teve sua volta confirmada para 2019. “Quando o governo argentino anterior passou a regular a taxa de câmbio tiramos o peso do mercado dos nossos benchmarks de emergentes. Temos acompanhado a nova administração, que te se mostrado mais pró-mercado, e neste ano decidimos incluir novamente o mercado argentino em nossos índices em 2019”.