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Institucionais da Escandinávia colocam papéis da Vale sob observação

O rompimento da barragem da Vale ocorrido na última sexta-feira (25/01) em Brumadinho (MG), que causou mais de 80 mortes, pode custar à mineradora a perda de investidores de peso no mercado internacional. Na Escandinávia, os papéis da ex-estatal foram colocados sob observação por dois grandes investidores institucionais. 

Segundo reportagem da agência Bloomberg, o conselho de ética do fundo soberano da Noruega considera a hipótese de recomendar aos gestores da carteira, de US$ 1 trilhão, a exclusão das ações da mineradora do portfólio. “É óbvio que consideramos casos como este”, declarou Eli Ane Lund, chefe do secretariado do conselho de ética do fundo norueguês. “Acidentes podem acontecer o tempo todo. Mas há o fato de que este é o segundo acidente muito grave desse tipo que afeta essa empresa”, acrescentou, referindo-se ao rompimento de barragem da Vale em Mariana (MG), em 2015, que causou 15 mortes. 

Mais ágil na análise do acidente de Brumadinho, o conselho de ética do AP Funds, que reúne os fundos de pensão do setor público da Suécia, com patrimônio líquido ao redor de US$ 180 bilhões, sinalizou ao jornal Dagens Nyheter, de Estocolmo, que perdeu a confiança na mineradora brasileira e pretende convencer a cúpula da instituição a se desfazer de investimentos de bilhões de coroas suecas em ações da Vale. “Estou tão bravo que não encontro palavras para me manifestar”, disse John Howchin, o secretário-geral do conselho de ética do AP Funds, nesta terça-feira. "Vamos rever as nossas recomendações e é extremamente difícil para mim crer que não recomendaremos aos fundos da AP a exclusão desta empresa."