A incorporação da Unidas pela Localiza, divulgada ao mercado nesta quarta-feira (23/09), cria um modelo de plataforma mais robusto para aproveitar as novas oportunidades de mercado que estão surgindo na área da mobilidade, que incluem maior utilização de veículos alugados por motoristas de aplicativos e a expansão do mercado de carros por assinatura. À tarde, quando esta reportagem foi escrita, a ação da Localiza subia quase 20% na B3, indicando que o mercado recebeu bem a notícia da união das duas empresas.
Para o sócio da Fama Investimentos, Michael Wickert, essa é uma operação na qual o resultado final pode ser maior que a soma das partes. “Podemos falar que estamos vivendo um momento transformacional do setor”, analisa. A Fama é um tradicional investidor da Localiza. Atualmente, dos R$ 2,3 bilhões que possui sob gestão, cerca de 12% são de ações da Localiza.
Segundo Wickert, se a análise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) acontecesse alguns anos antes, provavelmente a operação teria muita dificuldade em ser aprovado. Mas hoje, segundo ele, “as novas avenidas de crescimento do setor, incluindo o uso de carros alugados por motoristas de aplicativos, num percentual que ainda é muito pequeno mas está em crescimento, assim como o carro por assinatura, que representa uma mudança muito forte num hábito do consumo porque troca a posse pela utilização, aumentam muito o mercado endereçável da nova companhia”.
Ainda de acordo com Wickert, esses são os argumentos que a Localiza deve levar ao Cade e o órgão de defesa da concorrência deve levá-los em conta na sua análise e decisão. “É uma cadeia de negócios que está se tornando cada vez mais complexa, mas que apresenta oportunidades de negócios bastante interessantes”.
Em relação à cultura empresarial da nova empresa, resultante da união das duas, o sócio da Fama avalia que deve prevalescer a da Localiza, por ser maior. A transação, que ocorrerá por meio de incorporação de ações, dará aos acionistas da Unidas 0,468280 ações ordinárias de emissão da Localiza por cada 1 ação da Unidas que possuam. Com isso, os acionistas da Unidas passariam a deter 23,1% do capital social e direito de voto na nova empresa contra 76,85% de direitos dos acionistas da Localiza.
