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Captação líquida dos fundos atinge R$ 42,2 bi em maio

Os fundos de investimento registraram captação líquida positiva de R$ 42,2 bilhões em maio, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O montante corresponde à diferença entre os R$ 757,3 bilhões de aportes e R$ os 714,6 bilhões de saques no período.
Todas as classes de fundos encerraram o mês no azul, o que não acontecia desde 2004. Os fundos de renda fixa contribuíram para o resultado positivo de maio, com saldo líquido de R$ 24,8 bilhões. Essa é a segunda maior captação no ano desses veículos, atrás apenas dos R$ 30,2 bilhões de janeiro.
Os multimercados e fundos de ações aparecem na sequência. Os primeiros encerraram maio com R$ 7,1 bilhões, enquanto a classe de ações totalizou R$ 6 bilhões. Em ambas as classes, os fundos do tipo investimento no exterior (podem aplicar mais de 40% em papéis internacionais) puxaram os resultados e tiveram a maior captação no mês.
"Há um apetite crescente dos investidores por produtos com maior exposição internacional. Esse movimento já acontecia em 2020, mas foi impactado negativamente pelo começo da pandemia", explica Pedro Rudge, diretor da Anbima. "Neste ano, a tendência voltou e se acentuou. É mais um passo em direção da diversificação, com um leque de opções de ativos e setores que não estão disponíveis no Brasil."
Os fundos de previdência tiveram captação líquida positiva de R$ 443,7 milhões no mês. Apesar do resultado tímido na comparação com os demais meses, o número de fundos da classe cresceu 23,6% nos últimos 12 meses, ou seja, foram criados mais de 600 produtos novos no período. "Com a pandemia, os investidores passaram a ser preocupar mais com o longo prazo. O aumento de fundos de previdência está diretamente relacionado com a demanda", comenta Rudge.
Na classe de ações, o destaque do mês foi o tipo small caps (carteira composta por, no mínimo, 85% em ações de empresas com baixa capitalização de mercado), com retorno de 6,87%. O tipo multimercado long and short direcional (faz operações de ativos e derivativos, montando posições compradas e vendidas) registrou rentabilidade de 2%. Na classe de renda fixa, o tipo duração alta grau de investimento (aplica, no mínimo, 80% em títulos públicos ou ativos de baixo risco de crédito) teve retorno de 1,65%. Na sequência, aparece o renda fixa duração alta soberano (investe 100% em títulos públicos), com 1,12%.