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BRF explica à Petros os motivos da proposta de aumentar capital

BRF LogoA Petros, fundo de pensão que tem como principal patrocinador a Petrobras, questionou a BR Foods sobre sua proposta de aumentar o capital da empresa com a emissão de 325 milhões de ações na Assembleia Geral Extraordinária marcada para o próximo dia 17 de janeiro. Segundo a fundação, que possui 7,01% do capital social da BRF, a companhia não deixa claro na sua proposta qual seria a destinação dos recursos captados junto ao mercado, cujo montante poderia chegar a cerca de R$ 6,6 bilhões pela cotação atual da ação, de R$ 23,00.
Em resposta encaminhada à Petros e publicada na forma de comunicado ao mercado em 30 de dezembro, a BRF explica que usará os recursos para melhorar sua situação financeira, reduzindo o nível de alavancagem para abaixo de 2 vezes o Ebtida. A empresa explica que com a elevação da sua dívida líquida de R$14,7 bilhões em 30 de junho de 2021 para R$16,7 bilhões em 30 de setembro de 2021, a alavancagem subiu de 2,76 vezes para 3,06 vezes o Ebtida no mesmo período.
Além disso, um caixa mais confortável permitiria enfrentar uma eventual condenação da Controladoria Geral da União (CGU) em relação a uma resolução de procedimentos em andamento. Segundo o comunicado da BRF, assinada pelo seu vice-presidente e diretor de relações com o mercado, Carlos Alberto Bezerra de Moura, “o resultado dos procedimentos da CGU poderá resultar em sanções, multas, compensações, sanções das autoridades governamentais ou outras formas de responsabilidades, que poderão ter um impacto material adverso, dentre outros, na posição financeira e fluxo de caixa da companhia”.
Uma terceira vertente para destinação dos recursos seria a implementação de seu planejamento estratégico de longo prazo, incluindo expansão das operações no mercado doméstico e exterior e também a diversificação no segmento de pet food, da qual cita como exemplo as aquisições já realizadas da Hercosul e da Mogiana. “A Oferta tem por objetivo reforçar a estrutura de capital da Companhia, permitindo que a mesma siga expandindo suas atividades e realizando investimentos estratégicos, em total adesão com sua Política Financeira, uma vez que o nível atual de alavancagem líquida restringe a Companhia nos avanços necessários para a execução de sua estratégia empresarial”, diz o comunicado ao mercado.
A empresa cita, ao final do comunicado, os quatro benefícios decorrentes do aumento de capital: a) redução do nível de alavancagem para abaixo de 2 vezes o Ebtida; b) reconhecimento de créditos tributários com maior e mais rápida capacidade de aproveitamento mediante redução das despesas financeiras líquidas; c) utilização da reserva de capital para redução do saldo de prejuízos contábeis acumulados e potencial distribuição de dividendos futuros, em menor espaço de tempo; d) possibilidade de redução da nota atribuída à companhia pelas agências de crédito (Fitch, S&P e Moody’s), o que proporcionaria redução do custo de capital de terceiros de forma significativa.