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Operações de renda fixa batem recorde no 1º trimestre

O volume de captações no primeiro trimestre deste ano é recorde na série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), alcançando R$ 105,2 bilhões e superando em 2,33% os R$ 102,8 bilhões captados no mesmo período de 2021. As operações de renda fixa responderam por R$ 89,1 bilhões (84,7%) do volume total de captações, segundo a Anbima.
De acordo com o vice presidente da entidade, José Eduardo Laloni, o cenário internacional teve um papel importante no resultado da renda fixa no primeiro trimestre. “Temos um cenário desfavorável para emissões de títulos no mercado externo, diante da expectativa de aceleração da alta dos juros nos Estados Unidos, do fortalecimento do Real e da instabilidade gerada pela guerra na Ucrânia. Isso tem incentivado as companhias a levantarem capital no mercado doméstico, principalmente por meio de ofertas de debêntures”, afirma.
Dentro das operações de renda fica o destaque foram as emissões de debêntures, que estabeleceram um novo recorde para esse período ao movimentarem R$ 55,9 bilhões. O valor é quase o dobro na comparação com os três primeiros meses do ano anterior.
Cinco ofertas de debêntures se destacaram ao captar, em conjunto, R$ 18,1 bilhões. Seus emissores foram: Claro (R$ 4,3 bilhões), Equatorial Energia (R$ 4 bilhões), Iguá RJ (R$ 4 bilhões), CCR (R$ 3,4 bilhões) e Localiza (R$ 2,5 bilhões). Os melhores meses para o mercado de debêntures foram fevereiro e março. Em cada um deles, as ofertas desse título corporativo levantaram mais de R$ 24 bilhões.
Os principais destinos dos recursos captados via debêntures foram capital de giro (34,2%) e refinanciamento de passivo (24,2%). Em relação aos subscritores, na comparação com o primeiro trimestre de 2021, os intermediários e demais participantes ligados à oferta reduziram sua participação de 62,9% para 51,6%. Por outro lado, os fundos de investimento mostraram-se mais interessados em adquirir esse instrumento, elevando sua participação de 24,7% para 36,6%.
Laloni destaca o desempenho das notas comerciais, que atraíram 25 companhias e levantaram R$ 9,9 bilhões entre janeiro e março, o que as torna o segundo título com a maior captação no mercado brasileiro.
Já na renda variável, houve uma operação de follow-on (oferta subsequente de ações) no valor de R$ 6 milhões, realizada pela Allied Tecnologia.