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Foco é o longo prazo
Melhor Dirigente de EFPC • Lucas Nóbrega

Edição 369

Nobrega,Lucas(EnergisaPrev) 24ago 02Mesmo em um cenário macroeconômico desafiador e bastante volátil, os gestores de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) precisam estar dispostos a correr riscos se quiserem garantir uma boa rentabilidade a seus participantes. A análise é feita pelo diretor presidente da EnergisaPrev, Lucas Nóbrega.
“Pensando na entidade como um todo, nosso papel é assegurar a rentabilidade a longo prazo. E a volatilidade, embora carregue alguns riscos, também traz oportunidades. É um desafio não só para o time de investimentos, mas para a fundação como um todo”, afirma Nóbrega.
O dirigente, com 17 anos de atuação no segmento de previdência fechada, diz que a atividade desenvolvida pelo gestor de um fundo de pensão exige capacidade de pensar estrategicamente. Isso é fundamental especialmente na gestão das carteiras de investimento, na qual as decisões de alocação estratégica devem ser mantidas mesmo que isso signifique arcar com perdas financeiras momentâneas.
“O dirigente tem de saber navegar por momentos incertos. Por exemplo, as altas taxas de juros diminuem a oferta de ativos de risco para os planos CD, mas por outro lado abrem oportunidades para assegurar a meta atuarial nos planos CV e BD através de títulos públicos marcados na curva. Quem consegue fazer um ALM bem feito e compra NTN-B acima das metas atuariais, consegue assegurar o futuro desses planos”, explica. “Temos o desafio de buscar bons ativos de risco para o CD, por um lado, mas por outro lado temos a oportunidade de comprar títulos públicos e fazer a marcação na curva”, considera.
Os ativos com marcação a mercado, aliás, foram responsáveis por uma tarefa particularmente desafiadora para Nóbrega, como gestor. “Nosso papel como comunicador é super importante. Temos que explicar ao participante uma série de conceitos que usamos no dia a dia da gestão de investimentos, como por exemplo o que significa marcação a mercado. É difícil fazer ele entender que quando algum papel sofre alguma desvalorização isso não significa que a carteira teve perda, mas que no momento o mercado está precificando aquele papel com desconto. Porém lá na frente, no vencimento, o papel vai pagar o que se propôs.”
Especificamente em relação aos planos de Contribuição Definida (CD) da EnergisaPrev, o gestor relata que encontrou obstáculos recentes para garantir a rentabilidade esperada. “A gente está revendo a estratégia para agregar valor a esses planos, e vamos fazer ajustes.”
Nóbrega está há apenas nove meses na EnergisaPrev, mas carrega experiência de 17 anos no segmento previdenciário. Gestor financeiro formado pela Universidade Paulista (Unip), com MBA Executivo Internacional pela FIA/USP e Vanderbilt University/USA, ele começou a carreira na Previ-Ericsson em 2007, passou pela PreviBayer e pela Libertas até chegar à EnergisaPrev em janeiro deste ano. Agora, busca reestruturar o planejamento estratégico da entidade para alcançar melhores resultados.
“A gente tem trabalhado na racionalização dos planos. Temos três grandes clusters: os CDs, para os quais estamos fazendo ajustes para trazê-los à uma fronteira eficiente, e os CVs e BDs, nos quais fizemos um trabalho grande de revisar os ALMs para comprar NTN-B. Olhando para a entidade como um todo, tivemos um desafio grande de revisar o planejamento para definir as diretrizes que queremos alcançar a longo prazo: melhoria do nível de serviço para os participantes, dos canais de comunicação, trazer tecnologia para facilitar a vida do participante. Estamos espalhados por 25% do território nacional, uma capilaridade grande. Nosso trabalho é ampliar a acessibilidade para esses 15 mil participantes, levando educação financeira e previdenciária”, aponta.