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Levantamento da Mercer confirma crescimento da previdência aberta

Felipe BrunoMercerLevantamento elaborado pela Mercer Brasil com 737 empresas nacionais indica que 51% delas já oferecem algum tipo de plano de previdência complementar a seus colaboradores. As empresas participantes do estudo somam 3,6 milhões de empregados, sendo que 59% delas têm mais de 500 funcionários e 56% faturam acima de R$ 100 milhões.
Do total de empresas com planos de previdência complementar, 19% possuem entidades fechadas própria, 20% estão em entidades fechadas multipatrocinadas e 61% em entidades abertas de previdência. “Observamos de 2010 para cá uma tendência de estagnação no número de entidades fechadas exclusivas e uma diversificação maior para entidades fechadas multipatrocinadas”, diz o líder da área de Previdência da Mercer Brasil, Felipe Bruno. “Os custos, as exigências regulatórias e a autonomia das empresas no processo decisório tem sido os fatores principais de escolha de um ou outro modelo”.
Em relação à implantação de novos planos, 32% das empresas optavam por entidades fechadas próprias antes de 2006, percentual que desceu para 10% entre 2006 e 2010, para 6% entre 2011 e 2015 e que manteve-se em 6% a partir de 2015. Já as entidades fechadas multipatrocinadas representavam 30% das novas escolhas antes de 2006, percentual que caiu para 15% entre 2006 e 2010, para 14% entre 2011 e 2015 e para 13% a partir de 2015. Ao contrário do que aconteceu com as duas anteriores, as entidades abertas que tinham 38% das novas preferências antes de 2006, subiram para 75% entre 2006 e 2010, para 80% entre 2011 e 2015 e para 81% a partir de 2015.
Relativamente ao tipo de plano, das empresas com previdência complementar 67% possuem planos de Contribuição Definida (CD), 11% planos de Benefício Definido (BD) e 22% planos Híbridos (parte BD e parte CD). Segundo o estudo, a migração dos modelos de BD para CD continua sendo uma tendência, devido principalmente à necessidade de atualização das regras dos planos visando adaptá-los às mudanças no cenário econômico dos últimos anos e ao aumento das idades de aposentadoria trazidos pela reforma da previdência.
“Os planos mais antigos, que possuiam idades de aposentadoria iniciando já aos 50 anos, agora enxergam uma necessidade clara de adaptação, visando diminuir o gap existente entre as idades de saída dos planos e as idades de aposentadoria pelo INSS. Além disto, com o processo de queda de juros, é fundamental que esses planos passem a oferecer “perfis” de investimento aos seus participantes, dando a escolha de alocação dos investimentos para aquelas pessoas que desejam diversificar mais a alocação ou perseguir retornos maiores”, diz Bruno.
No que se refere à adoção de perfis de investimento, 22% dos planos das entidades fechadas possuem mais de três perfis de investimento, 39% têm até três perfis e 39% têm apenas um perfil. Já entre os planos das entidades abertas, 59% possuem mais de três perfis de investimento, 29% têm até três perfis e 13% têm apenas um perfil.
“A diversificação nos investimentos é uma conversa necessária”, diz Bruno. “Cada vez mais empresas e empregados concluem que, no final das contas, não correr riscos já representa um risco considerável, principalmente em um momento que a renda fixa vem oferecendo baixos retornos reais quando descontada a inflação”, conclui.
Em relação às políticas de desligamento (vesting), 40% das entidades abertas e 25% das entidades fechadas ainda condicionam o resgate das reservas a um tempo de serviço igual ou superior a dez anos. No entanto, esse é um fator em transformação. “As companhias vêm mexendo nas regras, reduzindo essas carências, pois identificaram que o vesting é um dos fatores mais decisivos na atração e retenção dos talentos em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo”, opina Bruno.
O vesting inferior a três anos é adotado em 14% das entidades abertas e 30% das entidades fechadas; o vesting de quatro a dez anos é usado em 30% das entidades abertas e 19% entidades fechadas; e adotam vesting de mais de dez anos 40% das entidades abertas e 25% entidades fechadas; vesting com outras exigências são adotados por 16% das empresas com planos abertos e 25% daquelas com planos fechados.
Segundo Bruno, “temos observado em nossa base de clientes uma tendência importante de aposta na previdência privada não apenas como parte de um pacote voltado à captação e retenção de talentos, mas também como um instrumento fundamental na jornada financeira das pessoas”.