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Sitawi separa áreas sem e com fins lucrativos em duas empresas

Gustavo PimentelSitawiA Sitawi Finanças do Bem, que hoje opera duas atividades complementares, sendo uma com fins lucrativos e outra sem fins lucrativos, vai transformá-las em duas empresas independentes a partir do ano que vem. Segundo comunicado da empresa “a transição se dará no primeiro semestre de 2022 e será conduzida de forma responsável com todos os públicos, sendo que para os parceiros externos ... o dia-a-dia continuará sem alterações significativas”.
A primeira pergunta que surge é se houve desentendimento entre as partes. A resposta do sócio Gustavo Pimentel, que ficará à frente da empresa com fins lucrativos, é que não. “No início do desenvolvimento de alguns ecossistemas nos quais estamos inseridos, fez mais sentido ter uma única marca e organizações conectadas. Agora acreditamos que, com a maturidade destes ecossistemas, estes serão melhor servidos com duas marcas e organizações independentes”, diz ele.
O motivo da separação estaria mais numa visão estratégica de cada uma das operações. Segundo o comunicado, “além do acelerado crescimento nos últimos anos de cada programa, ambos têm planos de crescimento ambiciosos”. Esses planos incluem a mobilização de R$1 bilhão em projetos sociais pela área sem fins lucrativos até 2025, assim como a expansão das atividades de finanças sustentáveis da empresa com fins lucrativos para toda América Latina, com a triplicação da equipe.
“A adaptação do modelo operacional é reflexo do grande êxito de ambos os programas e da forte evolução de seus respectivos mercados”, afirma Leonardo Letelier, que ficará à frente da operação sem fins lucrativos.
Do ponto de vista jurídico as duas áreas sempre foram separadas, com a área de Letelier operando através de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), usando o nome Sitawi, e a área de Pimentel, que desenvolve o Programa de Finanças Sustentáveis, operando com a razão social Koan Finanças Sustentáveis. No entanto, operacionalmente, ambas usavam o mesmo nome desde que foram criadas, há nove anos, compartilhando também a infraestrutura física, digital e políticas institucionais.
A partir do ano que vem a Koan, que continuará sob a direção do sócio majoritário Pimentel, adotará um nome próprio que ainda não está definido, e a Ocip manterá o nome Sitawi nas suas operações, continuando sob a presidência de Letelier, seu fundador. Nenhum deles têm hoje, ou terá após a segregação, participação societária nas atividades da outra operação, esclarece Pimentel. Ele também explica que a separação do negócio em duas empresas não envolverá pagamentos, seja em dinheiro, ações ou royalties, de uma parte à outra.
Na segregação, o custeio das atividades da Ocip deixará de contar com 10% das receitas líquidas da Koan, que hoje compõe suas receitas juntamente com as contribuições recebidas de diversas outras fontes. Segundo o comunicado, as contribuições da nova empresa para a Ocip vão continuar ocorrendo ao longo do tempo, especialmente em projetos de ‘benefício público’, mas de forma voluntária e não mais “automática”.
Ainda de acordo com o comunicado, as duas organizações manterão a visão compartilhada de “um mundo onde o capital é mais barato, abundante e paciente para organizações que promovem impacto socioambiental positivo”.