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Antes mesmo de Americanas e Light, aversão ao risco já crescia

Cristiano GreveIntegral InvestimentosAntes mesmo de surgirem os casos da Americanas e da Light, no início deste ano, o mercado já tinha ampliado sua aversão ao risco por conta da desconfiança em relação ao crescente aumento da inadimplência, afirma o sócio e head de estruturação da Integral Investimentos, Cristiano Greve. Segundo ele, ao sentir isso no relacionamento com os clientes a Integral investiu em governança e processos dos seus FIDCs.
Greve cita que os FIDCs da casa têm uma estrutura de governança robusta e adotaram a colateralização por meio de cotas subordinadas, que permite mitigar os riscos. “A principal preocupação nesse mercado é com a governança das transações e a transparência das informações”, avalia Greve. “Os FIDCs oferecem isso diariamente por serem produtos estruturados, que conseguem prever o excesso de garantias para enfrentar momentos de turbulência como o atual”.
Segundo ele, os FIDCs têm sido uma alternativa ao crédito tradicional mas hoje as novas emissões estão mais restritas e demandam um pouco mais de prêmio. No mercado secundário é possível encontrar ativos de rating mais elevado com prêmios melhores e a expectativa é de normalização das emissões, o que poderá significar um novo ano forte para essa classe. A base de ativos da gestora cresceu R$ 5 bilhões no ano passado, uma evolução robusta porém feita com cuidado, diz.
“Somos líderes em FIDCs de crédito consignado, com aproximadamente R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões sob gestão, e temos feito operações de securitização de créditos em parceria com grandes empresas, inclusive no setor do agronegócio para financiar fornecedores de insumos, entre outros. São transações em que é preciso ter um alto nível de conectividade na relação com os custodiantes e administradores, o que integra os serviços que prestamos”, explica Greve. Segundo ele, a Integral tem atualmente R$ 19,1 bilhão sob gestão.