A carteira de investimentos da Prevcom, que tem 7,5% de seus ativos, ou o equivalente a R$ 200 milhões, alocados em aplicações sustentáveis, deverá ajustar seu foco para ficar ainda mais direcionada aos princípios ESG (de responsabilidade ambiental, social e de governança), segundo explica Carlos Flory, diretor-presidente. A entidade acaba de aderir ao Código Brasileiro de Stewardship concedido pela Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) e CFA Society Brasil.
“Tomamos essa decisão porque o Código segue uma “onda” importante no mundo inteiro, a dos investimentos responsáveis, e não poderíamos ficar ausentes”, diz Flory. Desde o início dos anos 2000, houve um movimento forte voltado ao mercado de crédito de carbono, seguido por diversos acordos internacionais.
“Esses acordos não deram muito resultado, mas o código de stewardship é mais factível porque faz uma cobrança da postura dos dirigentes em relação à adoção dos critérios ESG”, acredita. Ele enfatiza o aumento recente da consciência sobre essa pauta no mercado brasileiro, “o que transparece inclusive nas pesquisas com os gestores da nossa carteira, todos eles aderentes a esses princípios em seus modelos de gestão”, diz.
A entidade investe atualmente em dois fundos voltados específicamente a esse mercado: um Fundo de Investimento em Participação (FIP) do BTG Pactual que está na categoria de impacto ESG, voltado às áreas social e ambiental, e um fundo de renda fixa da Sul América classificado com o sufixo IS (Investimento Sustentável) pela Anbima. É um veículo que aloca recursos em papéis de empresas que apresentam os melhores índices de susentabilidade em seu grupo.
“Temos também um índice de sustentabilidade que é aplicado a toda a nossa carteira de ações, que segue o MSCI ESG (do Morgan Stanley)”, informa Francis Nascimento, diretora de investimentos. São as alocações nessas três classes que totalizam o percentual de 7,5% da carteira.
Entre os 10 a 12 gestores terceirizados pela entidade, não são todos os que seguem esse modelo efetivamente, embora todos sejam signatários do PRI ou de algum outro pacto, “mas vamos cobrar mais isso a partir de agora”, avisa a diretora. No caso dos novos gestores, a falta desse modelo pode ser utilizada como motivo de exclusão durante o processo de seleção.
“Não é a única coisa que vamos olhar, até porque a segurança e a rentabilidade dos investimentos são a nossa prioridade, mas será um fator importante para afastar alguns gestores”, diz Flory.