A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, reuniu-se na última sexta-feira (16//2) com o procurador-geral da República, Paulo Gustavo Gonet, para discutir a suspensão da multa de R$ 10,3 bilhões do acordo de leniência do grupo J&F. A suspensão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, no final de dezembro do ano passado.
A multa suspensa por Toffoli inclui o valor de R$ 1,75 bilhão devido pelo grupo controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista à Funcef, valor esse relativo à compensação da entidade por prejuízos incorridos no investimento do FIP Florestal —veículo usado pelo grupo J&F para criar e controlar a Eldorado Celulose. Pelo acordo assumido em 2017 pelo grupo J&F, o valor deve ser pago num prazo de 25 anos, através de aportes anuais. A Petros também tem o mesmo valor a receber, nas mesmas condições da Funcef.
Segundo o presidente da Funcef, Ricardo Pontes, o objetivo da reunião com Gonet foi “expressar nossa preocupação com os desdobramentos da ação no Supremo Tribunal Federal”. De acordo com Pontes, a Funcef deve ajuizar uma medida jurídica nesta semana com o objetivo de garantir o cumprimento do acordo e a legalidade do título de crédito corporativo que garante o pagamento do valor devido à fundação.
Também participaram da reunião com o procurador-geral da República a gerente jurídica da Funcef, Karoline Crepaldi, a coordenadora de Prevenção e Recuperação de Ativos, Eleonora Nacif, e o advogado Luiz Wambier, do escritório Wambier Associados, que presta consultoria à fundação no tema.