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EFPCs ficam abaixo do atuarial em abril e no ano, diz Aditus

grafico 5Levantamento realizado pela consultoria de investimentos Aditus junto a um grupo de 134 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), com 622 planos de benefícios e patrimônio consolidado de R$ 358 bilhões, apurou que a rentabilidade média desse grupo foi de 0,05% em abril, de 2,23% no ano (quadrimestre) e de 11,31% no acumulado de 12 meses.
As rentabilidades do mês e do quadrimestre são inferiores às suas referências atuariais médias, mas a rentabilidade acumulada em 12 meses supera a referência. O atuarial médio do grupo é INPC + 4,40% ao ano, resultando em percentuais de 0,75% no mês, 3,41% no quadrimestre e 7,76% no acumulado de 12 meses.
“Depois de um mês de março bastante positivo, o mercado foi surpreendido por novas perspectivas de manutenção de juros elevados por tempo prolongado nos EUA, e também por certa frustração com a intensidade de queda de juros no Brasil. Como consequência, os ativos de risco sofreram bastante, comprometendo o resultado de abril e levando a um quadrimestre em que a maior parte das EFPCs ficou abaixo de suas metasâ€, avalia o diretor da Aditus, Guilherme Benites.

Carteiras - Dos 622 planos analisados, os 191 de Benefício Definido (BD) tiveram rentabilidade média de 0,50% no mês, de 3,12% no quadrimestre e de 11,54% em 12 meses. No mês e no quadrimestre o bloco não alcançou o atuarial médio, perdendo por -0,26pp e -0,32pp, respectivamente, mas superou-o no acumulado de 12 meses em 3,18pp.
Os 263 planos de Contribuição Definida (CD) alcançaram uma rentabilidade média de 0% no mês, de 2,11% no quadrimestre e de 11,66% em 12 meses. No mês e no quadrimestre ficaram abaixo do atuarial médio, perdendo por -0,74pp e -1,08pp, respectivamente, mas no acumulado de 12 meses ultrapassaram-no em 3,63pp.
Já os 168 planos de Contribuição Variável tiveram rentabilidade média de -0,24% no mês, de 1,72% no quadrimestre e de 10,71% em 12 meses. No mês e no quadrimestre também não alcançaram o atuarial médio, perdendo por -1,01pp e -1,79pp, respectivamente, mas no acumulado de 12 meses venceram-no por 2,65pp.
Da carteira consolidada de investimentos, 88,03% estão alocados em renda fixa, 5,61% em renda variável, 4,42% em investimentos estruturados, 1,52% em investimentos no exterior e 0,43% em investimentos imobiliários.
Nessa carteira consolidada, a principal classe de ativos (renda fixa) rendeu 0,46% no mês, 3,01% no quadrimestre e 11,25% em 12 meses, enquanto a renda variável rendeu -2,80% no mês, -6,15% no quadrimestre e 19,08% em 12 meses. Já investimentos estruturados rendeu -1,58% no mês, 0% no quadrimestre e 4,71% em 12 meses, enquanto investimentos no exterior rendeu 0,11% no mês, 8,72% no quadrimestre e 18,53% em 12 meses. A classe de investimentos imobiliários rendeu -1,13% no mês, 2,27% no quadrimestre e 16,40% em 12 meses (veja o estudo na íntegra clicando aqui).

Conjuntura - Ao analisar a conjuntura, o estudo destaca que “nos Estados Unidos a continuidade do discurso do FED mais duro contra a inflação (mantém) a expectativa do mercado de juros mais altos por mais tempo, enquanto esperam-se mais dados sobre o comportamento de desemprego e desaceleração econômica (nos EUA). A Aditus destaca que “a incerteza sobre a política monetária impactou (negativamente) a bolsa americana em abril (S&P 500: -4,1%; Nasdaq 100: -4,4%; Dow Jones: -4,9%)â€.
Já em relação ao Brasil, a Aditus diz que “o mercado repercutiu a mudança da meta fiscal para 0% em 2025, com tolerância de 0,25%, o que deixa o cenário de déficit mais provável. Mesmo com a Reforma Tributária sendo vista com bons olhos por parte dos agentes de mercado, a curva de juros doméstica se deslocou de forma intensa, refletindo o pessimismo com a trajetória fiscal e também as incertezas externasâ€. Em consequência, em abril o CDI subiu para 0,89%, o Ibovespa caiu 1,70% e o Dólar subiu 3,51%.