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Iprev-DF bate a meta
Nova presidente do regime próprio dos funcionários públicos de Brasília fala sobre planos para 2024 e sobre a rentabilidade até setembro

Edição 361

A nova presidente do Iprev-DF, o regime próprio de previdência do Distrito Federal, Raquel Galvão Rodrigues da Silva, diz que apesar da situação incomum criada pela Operação Imprevidentes, deflagrada no início do ano e que afastou do cargo o o seu antigo presidente, o instituto está conseguindo bater suas metas. No acumulado do ano até setembro, a rentabilidade do Fundo Capitalizado é de 8,55%, superando sua meta atuarial de IPCA+4,89%.
“Vida que segue”, diz a nova presidente, que anteriormente exercia o cargo de diretora jurídica do instituto. Segundo ela, o processo resultante da Operação Imprevidentes é mantido em sigilo pelo Ministério Público, que continua investigando tanto o ex-dirigente do instituto, Paulo Ricardo Andrade Moita, como o ex-presidente da Grid Investimentos, Rivaldo Ferreira, por supostas transações relacionadas à recebimento/pagamento de vantagens ilegais. “Na auditoria interna que fizemos, não encontramos nada implicando qualquer pessoa do instituto”, diz Raquel.
Ela comanda atualmente um instituto com dois fundos, um capitalizado e outro financeiro. Com 9 mil participantes e reservas de R$ 715 milhões, o fundo capitalizado aloca fortemente em renda fixa, classe que representa 91,05% da sua carteira, incluindo títulos públicos (34,13%), IMA-B5 (17,88%), IRF-M1 (16,87%), IDK-IPCA 2A (6,81%), CDI (5,47%), crédito privado (3,21%) e outros. Já a parcela de renda variável desse fundo corresponde a 6,72%, incluindo fundos Ibovespa (4,84%), BDR (1,15%) e IBX (0,24%). Investimentos no exterior representam 2,23%.
Segundo Raquel, com os juros em queda e a inflação estabilizada, a estratégia adotada pela área de investimentos para 2024 é buscar mais títulos públicos, reduzindo o percentual atualmente alocado em CDI. “No que for possível, vamos adquirir títulos longos para marcar na curva”, explica.
Além do fundo capitalizado, o Iprev-DF possui também o Fundo Solidário Garantidor (FSG), um fundo financeiro destinado a pagar as aposentadorias em curso. Esse fundo conta com reservas de R$ 5,5 bilhões atualmente, sendo R$ 3,9 bilhões em ativos líquidos e R$ 1,6 bilhão em imóveis e ações. Em relação à sua parte líquida, 86,21% estão alocados em renda fixa, sendo 34,18% em títulos públicos, 9,67% em IMA-B5, 11,54% em IRF-M1, 9,97% em IDK-IPCA 2A, 13,15% em CDI e 1,28% em crédito privado. A parcela de renda variável corresponde a 8,08%, incluindo fundos Ibovespa (6,85%), BDR (1,21%) e IBX (0,42%). Investimentos estruturados representam 2,11%.
Ao contrário do que busca no fundo capitalizado, no FSG a estratégia é reduzir as participações de títulos públicos longos, de 2055 por exemplo, para alocar em posições mais curtas marcadas a mercado, que se beneficiam de queda dos juros, como IDK e IMA-B.
Segundo Raquel, as decisões de investimento do Iprev-DF passam por um comitê de investimentos formado por ela, pelo diretor de investimentos da casa, além de representantes das secretarias de planejamento e de gestão do DF. Além disso, deve prestar contas aos conselhos Fiscal e Deliberativo da entidade. O Iprev-DF tem o nível 2 do Pró-Gestão, programa criado em 2015 pelo Ministério da Previdência Social para atestar a qualidade da gestão dos regimes próprios de previdência.
Prata da casa do Iprev-DF, Raquel está no RPPS há 13 anos. “Entrei no instituto no seu segundo ano de vida”, explica. Ela já ocupou na instituição os cargos de diretora de governança, projetos e compliance e de diretora jurídica. É formada em direito e, paralelamente, também em economia.