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Itaú Asset amplia atuação no segmento
Crescimento do patrimônio dos endowments brasileiros, estimado em pelo menos R$ 118 bilhões pelo Idis, desperta atenção das assets

Edição 365

Mateus,Thiago(Itau) 24fevNos últimos anos, por conta do aumento do seu patrimônio e da terceirização da gestão de seus recursos, o segmento de endowments começou a atrair a atenção das assets brasileiras. Formados a partir de doações particulares e destinados a manter atividades sociais, educacionais, culturais ou filantrópicas, essas instituições, mais conhecidas como fundos patrimoniais, são velhas conhecidas da sociedade norte-americana.
Por aqui ainda estão dando os primeiros passos. Levantamento recente feito pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis) conseguiu identificar 113 endowments ativos, com patrimônio total informado de R$ 118 bilhões. A lista inclui desde fundos como o da Osesp, de R$ 48 milhões, para manter a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, passando pelo Instituto Acaia, de R$ 400 milhões, para manter um projeto sócio educativo à crianças moradores das favelas das cercanias da Ceagesp (São Paulo), até o da Fundação Bradesco, de R$ 65 bilhões, destinado a manter projetos educacionais em mais de 40 escolas.
A Itaú Asset Management tem mapeado com cuidado esse segmento em busca de expandir sua atuação. Segundo o seu diretor da área de Solutions Brasil, Thiago Mateus, a asset possui atualmente cerca de R$ 10 bilhões sob gestão desse segmento, contra R$ 3,3 bilhões ao final de 2020. Mateus atribui o crescimento nesse segmento à especialização de seu time, que já faz isso há mais de dez anos. “Bebemos na fonte das grandes universidades americanas e o trabalho tem maturado bem”, diz Mateus.
Ele lembra que está crescendo o universo de institutos e fundações desse tipo querendo se profissionalizar no Brasil, com projetos de diversos tamanhos e atuação em diversos setores. “Temos sido pioneiros em compartilhar essa experiência com outros investidores que têm demandas parecidas, com propósito social, de impacto em saúde, educação e produtividade”, afirma.
A gestão dos recursos das endowments é baseada nas necessidades, gastos e custos do cliente, com um olhar primeiramente voltado para a montagem do seu passivo e depois para a estruturação do portfólio. E a visão é ainda de mais longo prazo do que a dos fundos de pensão, cujo principal propósito é pagar benefícios num determinado horizonte de tempo.
“No endowment, o propósito é de perenidade. Seus projetos não terminam e a rentabilidade das doações é usada para financiar causas específicas”, observa Mateus. Em outras palavras, gerir recursos nesse segmento significa que é preciso projetar gastos no infinito e montar um portfólio que faça frente a isso. “Há projetos voltados para a saúde de pessoas com transtorno mental, por exemplo, ou em outras áreas da saúde, e é preciso ir além da visão de produto de investimento para entender os fatores de risco dos projetos em si”, explica.